Os mártires de Roma

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    “Os mártires dos três primeiros séculos da Igreja não temiam as legiões de Roma, nem o martírio. Hoje, na China, os católicos resistentes ao comunismo, também eles, não temem o martírio. Mas temem Roma. Outra Roma.”

    Esta declaração foi feita em Hong-Kong pelo heroico Cardeal Joseph Zekiun Zen, em entrevista ao jornal italiano “Corriere della Sera” no dia 3 de julho 2017. Muitos sacerdotes, bispos e leigos escondidos nos subterrâneos das cidades e nas grutas das montanhas foram martirizados nos últimos anos. Eles enchem as prisões do Estado chefiado por Xi Jinping.

    Xi deseja exercer o controle total sobre a Religião. A conferência episcopal oficial cumpre as exigências do regime comunista, que dita suas normas pastorais. O Cardeal Zen escreveu ao Papa pedindo que não faça concessões ao governo. Roma está por assinar um acordo com os comunistas reconhecendo os bispos colaboracionistas.

    Concessões a governos comunistas não são infelizmente novidade na Cidade Eterna. Elas atingiram seu auge sob o Papa Paulo VI, quando o Vaticano, sob o pretexto de distensão com países do bloco comunista como a Polônia, a Hungria e a Ucrânia, entregava seus rebanhos ao lobo vermelho. Em face dessa situação, Plinio Corrêa de Oliveira se dirigiu respeitosamente a Sua Santidade, em declaração pública redigida em abril de 1974 e estampada nos principais jornais de todos os continentes. Nela ele se declarava, enquanto líder da corrente conservadora na Igreja e católico fiel à Cátedra de Pedro, em “estado de resistência” à diplomacia vaticana de concessões ao comunismo. Roma leu e calou-se. As concessões diminuíram. Em 1989 o Muro de Berlim ruiu e, com ele, a falácia soviética diante da qual Roma fazia genuflexão. Queira a Providência Divina conceder em 2017 aos chineses que gemem sob o tacão de Xi Jinping, força e coragem para dizerem “não” à perseguição comunista em todas as circunstâncias. O Cardeal Joseph Z. Zen já deu o primeiro grande passo.

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