Pandemia, massificação e morte da sociabilidade: até no Natal?

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Um amigo enviou-me da Alemanha essa foto altamente ilustrativa do intérmino “distanciamento social”, uma das consequências da ditadura “político-ideológica” adotada nesta pandemia. Quem poderia imaginar que o combate ao coronavírus seria usado como pretexto para a morte da liberdade, do instinto de sociabilidade, do cerceamento do maior dos direitos da pessoa humana: conhecer e praticar a verdadeira Fé.

Foto mais ilustrativa dessa nova tirania — que, em matéria de crueldade, se rivaliza ao nazismo e ao comunismo, — é dificil de conceber.

Faz lembrar a separação dolorosa das famílias pelo Muro de Berlim. E, nós que julgávamos que o “Muro da Vergonha” tinha caído para sempre.

O povo alemão destaca-se pela comemoração sacral do Santo Natal

Comenta o Prof. Plinio: “A concepção alemã da noite de Natal é precisamente o contrário da (italiana) acima exposta. A noite de Natal, para ser bem sacral, tem que produzir nas almas uma impressão profunda, que é comum a todos os povos. Mas, para a mentalidade alemã, tal impressão profunda, por ser profunda, não deve expandir-se, pois situa-se no fundo da alma. E sua melhor manifestação exterior é o silêncio, o recolhimento e a calma.”

“Enquanto para uns a palavra e o gesto são o auge da expressão, para outros, pelo contrário, o clímax da expressão consiste numa forma de silêncio e de inação, que dão a conhecer profundidades insuspeitadas da alma humana; e que, por seu próprio silêncio, indicam a impotência da alma para exprimir tudo quanto ela cogita. Indicam uma posição do espírito menos exclamativa do que meditativa e elucubrante.  Dir-se-ia uma atitude quase filosófica ou teológica, recolhida.”

“Essa calma, que entretanto não é de tipo científico, é profundamente enternecida. Ternura que indica um afeto tão grande, que a pessoa prefere calar-se a falar. Desse modo, se uns têm a eloqüência da palavra e do gesto, os outros manifestam uma como que eloqüência do silêncio, do recolhimento. São duas posições diferentes.” (1)

***

Os esforços dos inimigos da Civilização Cristã — a Revolução, como a descreve o Prof. Plinio — endeusaram a razão no século XVIII, se lançaram encarniçadamente contra a Sé de Pedro a quem foi dado o Poder das Chaves (Revolução garibaldina), edificaram a ONU sob o falso alicerce do laicismo.

Tudo isso para “libertar” o homem dos dogmas da Religião, do doce e suave jugo de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Porque meu jugo é suave e meu fardo é leve”. (Mateus 11, 30).

Ainda, para “libertar”, a Revolução Francesa guilhotinou dezenas ou centenas de milhares. Para libertar os “oprimidos” a Revolução bolchevista e a maoísta assassinaram dezenas de milhões.

Chegou a vez de guilhotinar a Liberdade, a sociabilidade

O demônio, pai da mentira, retira agora a liberdade do ser humano em nome de um “distanciamento social”. E, não só a liberdade: também a sociabilidade humana é guilhotinada em nome de um slogan: salvar vidas.

A sábia norma de Santo Inácio: agere contra

O mínimo que se pode esperar dos católicos é uma posição firme em defesa dos direitos da Santa Igreja que não depende de uma concessão por parte do Poder Civil. Ninguém melhor do que Igreja soube lidar com pestes e pandemias durante dois mil anos. Ela criou hospitais, ela gerou congregações religiosas especialmente voltadas para a saúde e assistência. Ela sempre esteve na linha de frente.

Escreve o Prof. Plinio: “Transferindo, portanto, o direito de sua fonte natural que é a vontade de Deus expressa pela lei natural e pela Revelação, das quais a Igreja é guardiã e intérprete infalível, para os sectários que por golpes políticos se assenhorearam dos corpos legislativos através da alquimia do sufrágio universal, o liberalismo preparou o mundo moderno para as cadeias que o prendem ao Leviatan totalitário.”

Bem exatamente o que estamos presenciando: um Leviatã totalitário, disfarçado em nome da vida, nos impõe restrições até para o Santo Natal.

Leitor, respire as alegrias do Natal

A Música Noite Feliz (Stille Nacht) em Japonês

Em todas as partes do mundo, o Natal é uma ocasião de graças especiais, mesmo em países não católicos como o Japão. No vídeo, a famosa música “Stille Nacht, Heilige Nacht” (Noite Feliz) em japonês

E saibamos nós, católicos, oferecer à Nosso Senhor uma digna reparação diante de tantas restrições ditatoriais quer em nossa Pátria, quer no mundo ocidental.

Cumpre obedecer a Deus antes que aos homens (At 5, 28).

(1) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_SD_731221_Natalmodosdever.htm

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