“A vida sem reflexão não merece ser vivida”. Esta frase de Sócrates não só é famosa, mas muito verdadeira e atual.
De fato, viver sem refletir sobre o mundo, sobre as coisas que nos cercam ou nos acontecem, sobre as pessoas com as quais convivemos, sobre quem somos e para onde vamos, é não viver.
A vida do homem sobre a Terra é essencialmente racional. Se não utilizamos nossa capacidade de análise e discernimento para amar o bem e odiar o mal, admirar o belo e rejeitar o feio, aceitar a verdade e refutar o erro, então somos como “a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo” (Mt t,30) ou como o burro que zurra e nada entende do que está fazendo. Daí o provérbio português: “Zurra o burro, deitem-lhe o cabresto”.
Por que dizemos isto? Não é um mero exercício de filosofia. É a triste constatação de que vivemos num mundo onde as pessoas tendem a se deixar levar pela vida, como um galho seco arrastado sem resistência pelo turbilhão das águas.
A consequência de tal impostação é que aceitamos sem oposição, e até sem qualquer juízo de valor, as coisas mais irracionais e mais destrutivas de nossa própria natureza.
Aceita-se que agora é normal, e até “chique”, pedir um gafanhoto assado no restaurante ou uma barata ao molho pardo.
Aceita-se que o nudismo seria o modo normal de se apresentar, e vamos caminhando para ele a passos largos, nas modas das jovens, nos protestos de rua, sem restrições.
Aceita-se que a compostura no apresentar-se e a urbanidade no trato devem ser substituídos por uma postura dita “mais natural”, como a do chimpanzé na floresta ou o porco revolvendo-se na lama.
Aceita-se que a diferença entre os sexos (homem e mulher) é opcional, fruto de uma determinada posição cultural, e que as pessoas podem escolher seu “gênero” conforme lhes aprouver. Tudo quanto existiu no mundo desde Adão e Eva aos nossos dias, restringe-se a um “fenômeno cultural” desviado!
Aceita-se que os índios não devem mais ser beneficiados com as vantagens da civilização, mas sim retroagir aos costumes pagãos de seus antepassados — mesmo que entre eles figure o infanticídio —, enquanto nós mesmos vamos nos tribalizando cada vez mais.
Aceita-se que manifestações teatrais, cinematográficas ou televisivas que transudam ódio a Deus e aos santos, não são blasfêmias, mas sim manifestações culturais que devem ser apreciadas enquanto tais.
Aceita-se que todas as religiões, mesmo as que praticam atos de culto satânicos, têm seu lugar no balaio do ecumenismo e da liberdade religiosa.
Aceita-se que o casamento é um fait divers passageiro, que não implica em responsabilidades estáveis, nem mesmo para com a educação dos filhos. Nessa matéria estabelece-se o vale-tudo: divórcio, contracepção, aborto, homossexualidade, e o que mais se queira.
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Não se analisa o absurdo dessas posições. Nem se pensa a respeito delas. Aceita-se porque é a onda do momento.
Mas por que aceitamos ser levados por esse mundo de hipocrisia, absurdo e pecado, sem refletir? Simplesmente porque é mais fácil deixar-se levar do que reagir e lutar. É mais fácil ser um maria-vai-com-as-outras do que ter princípios sólidos. É mais fácil entregar-se aos instintos desregrados do que praticar a moral e ter fé.
Pautar a vida por princípios, lutar por eles, ser uma pessoa de fé exige sacrifício. É bem o caso de lembrar aqui os belos versos do poeta brasileiro Francisco Otaviano de Almeida Rosa (1825-1889):
“Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu;
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.”
É tempo do prazer pelo prazer. Da anestesia global.Da alienação. Da massificação. A boiada estourou. Lá na frente vamos tentar uma reciclagem, se ainda for possível. Há brasileiros que já se inscreveram para morar em Marte. Que tal?
Concordo plenamente quanto as reflexões apresentadas.
Uno-me aos amigos, pois também sou uma pessoa que não se conforma com o efeito manada, no qual todos seguem as falácias astutamente engendrados por falsas ideologias.
O que desanima mas não impede que continuemos lutando é falta de discernimento da grande massa.
Aceito todas as defesas contidas no texto.