“Pepinos assassinos”: quando o “ecologicamente correto” toca na realidade

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Paciente infectado com E.coli, Alemanha

A imprensa abundou em informações sobre a crise gerada na Europa pelos mal chamados “pepinos assassinos”, “concombres tueurs”, e outros apelativos criados pela fantasia do sensacionalismo publicitário.

No ponto de partida encontra-se uma epidemia da perigosa bactéria Escherichia coli (E.coli, abreviadamente), que causou 35 mortes e intoxicou 3.000 pessoas, especialmente na região de Hamburgo, Alemanha.

A velha e perigosa E.coli é talvez a bactéria mais estudada pelos homens (cfr. Wikipedia). Ela é muito conhecida pelos seus efeitos letais ou gravemente danosos para o homem, exigindo especiais prevenções de tipo fito-sanitário.

A Alemanha pôs a culpa nos pepinos espanhóis, incluindo os “orgânicos” e “ecologicamente corretos”. Os germânicos são famosos pelo seu zelo em controlar a saúde alimentar e favorecer as culturas “orgânicas”, mais “verdes” e menos agro-capitalistas.

A denúncia alemã provocou graves danos aos produtores espanhóis, causando-lhes prejuízos na ordem de 400 milhões de euros.

Restaurante sem pepinos, tomates e alface.
Lubeck, Alemanha

Mas, como os “pepinos contaminados” não apareciam, a culpa foi então passando para os tomates e alfaces. A histeria levou restaurantes a anunciar que não forneceriam refeições com esses vegetais.

A suspeita se estendeu a produtos da França, Holanda e Itália.

A União Européia exigiu da Alemanha que parasse de dar alarmes, pois os mesmos estavam se revelando falsos e danosos para o comércio e criando animosidade recíproca entre os europeus.

A propaganda “verde” mal conteve seu regozijo ante mais esta má conseqüência da agricultura que utiliza métodos agro-industriais.

Mas o equívoco não durou muito.

Brotos de feijão de granja orgânica
espalharam a bactéria

Afinal, segundo informou o jornal francês “Le Figaro”, as autoridades sanitárias alemãs declararam confirmada a fonte da difusão da bactéria letal: brotos de feijão produzidos pelo Gärtnerhof, uma granja de alimentos “orgânicos” ecologicamente corretos localizada em Bienenbüttel, na Baixa-Saxônia.

Entretanto o produtor não será punido, pois verificou-se que obedecia a todas as normas legais, informou a agência Reuters.

“Foram os brotos de feijão”, declarou Reinhard Burger, diretor do Instituto Robert Koch (RKI), em conferência de imprensa convocada em Berlim pelos três institutos sanitários federais responsáveis pela investigação.

A Alemanha ouviu com pasmo a confirmação de que as bactérias provinham de uma unidade de produção “biológica”, pois acreditava um pouco ingenuamente que os produtos “bio” estão como que livres de todo mal.

Bactéria cresceu em granja ecologicamente correta

A propaganda ideológica “verde” havia deformado a opinião pública alemã.

As bactérias – como a E.coli – existem e matam. Como também matam muitos outros fatores adversos que se encontram no planeta e exigem uma luta contínua do produtor para vencê-los.

O mito angelical de que uma sociedade liberada do capitalismo e das boas técnicas modernas de produção levaria a uma edênica “reconciliação” com a natureza, não resistiu ao teste.

Segundo esse mito, o homem ecologicamente integrado com a Mãe Terra não teria nada a temer dela, pois não a exploraria como faz o agro-negócio. Ou, em termos da Campanha da Fraternidade, não a faria gemer…

A verdade é que a bactéria letal pode se desenvolver até nas melhores granjas “ecologicamente corretas” e matar homens, sem nenhuma consideração sentimental ou ideológica.

Neste vale de lágrimas a luta é constante e necessária. E se for bem conduzida dá excelentes resultados, como o demonstram nossos produtores rurais, que melhoram a cada ano.

7 COMENTÁRIOS

  1. De qualquer forma, ainda não aceito os transgênicos. Há algo de errado com eles pois nem mesmo os insetos os comem…..
    Além disso, quando eu era criança em minha casa havia uma horta natural, sem agrotóxicos modernos, o que nela se produzia comíamos à vontade e jamais ficamos doentes.
    É preciso analisar bem a questão sem conceitos políticos de qualquer natureza.

  2. No meu ponto de vista: Tudo que não é natural de DEUS, e vindo de outra maneira, mais sempre pelas mãos humana, corre o risco de não ser bom. Vejamos alguns exemplos: Já temos a clonagem, casamentos de pessoas do mesmo sexo, a inseminação artificial, proveta, verduras hidroponicas, orgânica, etc…, etc…Tudo isso meus irmãos, tenham CERTEZA, primeiro não agrada a DEUS, e tudo que não agrada a DEUS, jamais será bom ao ser humano.Vivemos num mundo globalizado, falamos com pessoas de outros locais distantes, resolvemos problemas via internet, mais não conhecemos e muito menos amanos nossos irmãos dentro de nossas casas e não resolvemos os problemas sequer de nossas famílias. Resumindo: Se não voltarmos a ser como outrora, a chance de entrarmos em total extinção não estará longe.Temos que resgatar famílias, viver antes de mais nada para DEUS e não para o Mundo. O homem só vai ser feliz, se um dia ele der mais valor as coisas de DEUS do que as do Mundo e tudo virá por acréscimo(bíblico- palavra de DEUS).

  3. @Marcio Magagna
    Não sou contra a agricultura orgânica, mas a manipulação pelos ideólogos do tal mundo verde. Mas, no seu comentário toca num tema interessante: adubos. Talvez lhe seja util o conhecer o que é um adubo orgânico, então aí vai um link e verá o risco que podemos estar correndo se não se tomar o cuidado devido. Sobretudo não condenar a priori os adubos inorgânicos. http://www.criareplantar.com.br/horticultura/lerTexto.php?categoria=54&id=699

  4. Todos querem dar um “pitaco”, mesmo em se tratando de países alheios. Não que a omissão seja o melhor caminho e a imprensa poderia limitar-se a dar a notícia conforme dados verdadeiros, não especulativos e altamente sensacionalistas, e, dá pra ver que não são reporteres remanescentes da “grande guerra”, expõem questoes que podem redundar em outra. Esquecem-se todos que, um cachorro ou um gato alberga até 90 doenças, que facilmente transmite ao ser humano. Estes defecam em qq lugar, inclusive em hortas! Parece que todo cuidado com esses animais é muito pouco que eles naturalmente exigem quando em cativeiro. Por que não se pesquisa a respeito e impõe-se o direito que eles têm a uma vida também saudável? Não podemos culpa-los se não há o mínimo de consideração: vivem em cimentados gelados e úmidos, ao lado de suas próprias fezes, comem rações duvidosas, não andam (um cão anda o dia todo, mas em um 2X2 ou até menos…!?). Se o mal instalado não partiu deles (verduras e legumes não defecam!!), teriam seres humanos que lidam diretamente com as grandes hortas se esquecido de usar a privada???

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