Pobreza com dignidade ou vulgaridade despersonalizante?
Hoje, deixemos de lado os Reels, Shorts, “bombas”; convidamos nossos leitores a um exercício de ver, julgar e agir, da escola de São Tomás.
A palavra pobreza, tão enobrecida nos votos dos religiosos, tomou na “narrativa” das esquerdas o sentido de vulgaridade despersonalizante, massificação, igualitarismo.
Nunca se vê, nos adeptos da TL, a apologia de uma pobreza com dignidade. Insistimos, os religiosos são chamados a praticar a pobreza dentro da dignidade.
Comenta o Prof. Plinio que eles são pobres de dinheiro, ricos em alma.
A esquerda socialista, os adeptos da Teologia da Libertação querem, em nome da pobreza, nos transformar de povo em massa. Povo, ensina o Papa Pio XII tem alma, se move pelos bons impulsos; a massa, se move por agentes externos, por mídias, pela agitação.
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“Para o demagogismo contemporâneo, filho da "massificação" hodierna, isto é, da transformação do povo em imensas massas anorgânicas, proletarizadas e anônimas, a compostura, a dignidade e a distinção constituem atributos exclusivos das classes altas.
“A vulgaridade, a falta de gosto, os ambientes rasteiros e sem alma são próprios às massas. E, como as classes altas estariam fadadas a desaparecer, arrastando no seu ocaso a compostura, a dignidade e a distinção, o mundo daqui por diante viveria imerso, cada vez mais, na vulgaridade proletária.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ACC_1964_160_Simplicidade_e_vulgaridade.htm
O progressismo, a TL pregam uma igreja pobre. Pobre de símbolos, pobre de objetos, pobre de ambientes, pobre de doutrina.
Se tomarmos certas obras arquitetônicas caríssimas, vejamos, por exemplo, a nova catedral de Belo Horizonte, como encaixar ali o conceito de “igreja pobre”? Milhões e milhões estão sendo empregados na construção.
Ver, julgar, agir!
A nova catedral de BH é, no conceito progressista, uma igreja pobre. Pobre de que? Pobre de alma, pobre de sacralidade, pobre de mensagens para elevar a alma a Deus!
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“Em oposição, nossos clichês mostram quanta dignidade, quanta compostura afável e sóbria pode impregnar um ambiente próprio a gente pobre… de dinheiro, mas rica em alma.
“Na primeira foto, temos a pobreza de uma família obscura… e imortal: a família de Santa Bernadette Soubirous, a vidente de Lourdes. A sala serve ao mesmo tempo de dormitório e cozinha. O grande leito, com seu cortinado, é pobre, mas dá uma impressão de recolhimento, estabilidade e dignidade inegáveis. Essa impressão se comunica a todo o aposento, acentuada ainda pelas imagens populares, mas piedosas, e pela lareira espaçosa a cujo calor se acercava a família nos serões de inverno.
“Os Soubirous habitaram essa casa [Moulin Lacadé] a partir de 1863. Santa Bernadette, num internato desde 1860, nela nunca morou.”
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“Depois da pobreza familiar, a nobre pobreza voluntária da vida religiosa. Trata-se de um aspecto da enfermaria do Convento de Saint Gildard, com a cadeira na qual Santa Bernadette morreu.
“O ambiente, naturalmente, é diverso. Mas a pobreza é indiscutível.
“Entretanto, as camas com seus cortinados, a sala espaçosa, as imagens, tudo enfim também exprime compostura, dignidade e recolhimento. Em suma, é mil vezes mais repousante e atraente do que muito cubículo de luxo de “palaces” modernos.
“Tal é a pobreza, quando iluminada pela luz de Cristo e o sorriso de Maria Santíssima: composta, digna, recolhida, suave e discretamente alegre.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ACC_1964_160_Simplicidade_e_vulgaridade.htm
Concluindo:
Pobreza não é vulgaridade.
Os adeptos da TL, da chamada igreja dos pobres, querem mesmo a pobreza? Ou se servem e abusam dela para criar a vulgaridade? Pobreza ou igualitarismo? Pobreza ou massificação? Pobreza ou proletarização socialista à maneira de Cuba, Venezuela ou da ex Cortina de Ferro?
Se a Divina Providência nos pedir a pobreza ela nos dará também a dignidade; pobreza de dinheiro … e riqueza de alma.
Santa Bernardete de Soubirous, São Francisco de Assis nos ensinem a santa pobreza que subsiste nas pessoas grandes e ricas almas.