A semelhança dos três era tanta, que o nome da barbearia não causava estranheza. Mas eu sempre encontrava ali os mesmos três, e resolvi perguntar pelos cinco que completariam o grupo.
— Os outros não são barbeiros. Uma irmã é a manicure que trabalha aqui, mas os demais nem vieram para a capital. Continuam no interior, com outras profissões.
— Então o nome da barbearia é uma homenagem à família?
— Homenagem e também gratidão. Porque eles nos ajudaram a comprar tudo aqui, inclusive o imóvel, que é propriedade nossa. Já conseguimos devolver a eles todo o empréstimo, e brevemente vamos abrir outra loja, que terá o mesmo nome.
— Meus parabéns! Vejo que vocês são empreendedores. Já admirava sua família por ser grande, e agora passo a admirá-la também por ser muito unida.
— Graças a Deus, Doutor! Isso nós aprendemos do nosso pai, que ainda é vivo.
— Aposentado, certamente.
— Não exatamente, Doutor. Ele prefere continuar trabalhando, porque não gosta da ociosidade. De fato ele não precisaria trabalhar, pois tem o necessário para se manter. Além disso, cada um dos filhos está sempre procurando um meio de retribuir tudo o que ele fez por nós.
— Isso é muito bonito. Mas vocês não acham que seria melhor ele receber uma aposentadoria? É o que todo mundo faz: enquanto pode trabalhar, vai fazendo um pecúlio, e depois descansa.
— À custa de outros que nem o conhecem, não é?
A resposta me desconcertou. De tal modo está arraigada a mentalidade previdenciária moderna, que eu não imaginava existir atualmente quem procedesse à moda antiga, quando a previdência era feita pelas famílias, era um assunto interno das famílias. A atual previdência imposta ao País — também ao mundo inteiro, e gerando situações insolúveis — supõe que o trabalhador pague para outro usufruir, na esperança de que num futuro remoto haja dinheiro para ele usufruir o que outros paguem.
E o barbeiro prosseguiu, com segurança:
— Veja, Doutor, cada um de nós ajudaria nosso pai com todo o carinho e interesse, caso ele viesse a precisar. E ajudaríamos também algum irmão que estivesse em dificuldade. Não é só a gratidão por eles nos terem ajudado quando precisamos, mas porque é a nossa família. Isso é muito diferente de ser o segurado número quinze milhões e tanto, um anônimo recebendo o dinheiro de outros anônimos.
— É isso mesmo! O segurado da Previdência recolhe a contribuição porque é obrigado. Não sabe para onde vai o dinheiro, não conhece quem administra nem quem receberá o dinheiro dele. Tudo impessoal, ninguém é dono. Já o que é de vocês fica em casa, entre gente que se conhece e se estima.
— Nós não temos nenhuma contribuição obrigatória nem um caixa comum. Cada um faz um pé-de-meia como pode, para as incertezas do futuro. Nosso pai nos ensinou a agir assim. Nunca a nossa previdência vai quebrar, pois cada um só gasta ou guarda o que tem. E ainda pode recorrer aos outros quando precisar, com uma flexibilidade e presteza que nenhuma instituição oficial pode ter.
— Está todo mundo preocupado com a quebradeira da Previdência, e eu concordo que a situação de vocês, que estão fora dela, é muito tranquila e melhor. Os políticos vão implantar uma reforma que talvez não seja honesta, não resolve nada e vai prejudicar muita gente. A Previdência voltará a estourar dentro de alguns anos, porque o número de contribuintes vai caindo, e o de beneficiários aumentando.
— O mais provável é que estoure mesmo. Se não houvesse roubalheira, fraudes, desvios de verba e medidas eleitoreiras, o problema ia diminuir, mas não ia acabar nunca. A máquina administrativa é pesada e cara, de modo que as contribuições arrecadadas vão ficando pelo caminho, só chega aos aposentados uma parte. No sistema nosso, fica tudo na família. Uns vão progredir mais do que os outros, é claro, pois neste mundo não há duas pessoas iguais. Cada um vai viver com o que tem, poupar uma parte para as dificuldades futuras, e sempre com a certeza de poder contar com os outros, se precisar.
Saí da barbearia mais leve, não só pela redução da massa capilar. Os barbeiros têm fama de conhecer a solução para todos os problemas. Aqueles irmãos solucionaram de fato o problema da Previdência, pelo menos no que se refere à própria família. Solução real, boa, simples. E honesta.
José Silveira Viana,
Ok. Desculpe o equívoco.
Andre, A resposta para a sua pergunta sobre o que acho do modelo de família americana onde os filhos vivem separados dos pais, parece-me já respondida pela clara opção pela família patriarcal. Na sociedade patriarcal vigora o morgadio onde a família tinha assegurado o futuro. Note, a propriedade era familiar. Leia no Wikipedia sobre o morgadio. No Brasil vigorou por um tempo e se criou a sociedade heril onde até mesmo os escravos faziam parte da família.
José Silveira Viana,
José Silveira Viana
Obrigado por me responder. Agradeço por falar sobre as chamadas famílias nucleares e famílias patriarcais. Eu nem sabia desses conceitos, talvez tenha ouvido falar de longe. Mas o que você acha das famílias norte-americanas? Aquela em que os filhos são incentivados a morarem longe dos pais, os pais envelhecem e ficam sozinhos em casa ou colocados no asilo? Os norte-americanos criticam os latinos, talvez até mais os brasileiros, por nunca nos desligarmos completamente dos nossos pais. O que você acha? Obrigado.
Andre,
Deve-se confiar, antes de tudo, não na previdência, mas na Providência. Atento a isso deve-se considerar que as dificuldades como doença, pobreza, sofrimentos são inerentes à natureza humana decaída em consequência do pecado original. Portanto, são inevitáveis. Mesmo os mais ricos passam e passarão por tais situações.
Entretanto, Deus deu ao homem capacidade para prevenir as dificuldades e é por isso que constituiu o homem em sociedade. Esta constituída de famílias. Agora, família deve-se entender, não a família nuclear, mas a patriarcal. Aquela constituída de pais, avós, tios, tias, primos que se ajudam mutuamente.
Da constituição de uma família patriarcal é que se forma a previdência onde a caridade (amor de Deus) impera.
Essa é a razão do porquê a Igreja abençoar a família numerosa.
Quero o contato com Paulo Pavesi.
Cobalto,
Gravei o conteúdo do livro que está em PDF e imprimirei em casa para ler com mais atenção. Também tenho um caso do assassinato de minha filha em Belém do Pará que não tenho dúvidas, era para retirada de órgãos, só que eu estava presente no hospital e não permiti que tocassem em minha filha.
Tenho um Dossiê contando toda a história desde a internação de minha filha até o momento que retiraram a vida da minha princesa. Relato também a ação do CRM/PA, fazendo todo o engodo para proteger os médicos assassinos.
Minha filha tinha 28 anos teve um acidente automobilístico e estava já de alta do hospital e no momento da retirada dela na UTI, aplicaram uma dose excessiva de sedativos para mata-la. Estou com o caso na justiça e aguardo julgamento do processo.
Corrigindo: o RPPS tem pouco mais de 950 mil aposentados e não contribuintes!
Respondo ao André: o erro está em “embolar” tudo num mesmo pacote. Explico: RGPS- Regime Geral da Previdência Social- é superavitário todos os anos, em 2011 mais de 20 bi. O RPPs- o regime público que todos os anos deixa mais de 50 bi de prejuízo; o Geral tem mais de 40 milhões de contribuintes e 20 milhões de aposentados e o público tem pouco mais de 950 mil contribuintes. E o regime Rural que arrecada pouco mais de 15 milhões de reais e deixa mais 50 bilhões de prejuízo todos os anos. É ou não é injusto???? E o governo não quer mecher nisso. É mais fácil dizer que o sistema está falido do que tirar as benesses do sistema público ou arcar com dinheiro do Tesouro Nacional as previdências rurais. Tá tudo errado neste país!!!!( Fonte: Ministro da Previdência em palestra no SENADO FEDERAL).
Peço licença para informar sobre um fato ocorrido com o filho de um cidadão de nome Paulo Airton Pavesi, que teve seu filho adoecido e órgãos retirados quando o garoto ainda estava vivo. O que gerou por parte do pai revolta diante de tão insano crime e um livro narrando os acontecimentos com o título “Tráfico de Órgãos no Brasil – o que a máfia não quer que você saiba”. O mesmo pode ser adquirido no site CreateSpace, um braço do Amazon.com. Ou baixado gratuitamente em PDF pelo link https://hostr.co/BgJtbNoErHxO.
Colabore e divulgue estas informações e acesse o blog do autor http://ppavesi.blogspot.com.br/ que conta as pressões, processos, telefone grampeado, etc que sofreu por causa desta grave denúncia.
Hoje, o senhor Paulo A. Pavesi está asilado na Itália. E seu filho teria 24 anos.
Abraços, Cobalto
http://desatracado.blogspot.com.br/2014/01/denuncia-sobre-o-trafico-de-orgaos.html
Chama a atenção para o número de filhos: oito.
À geração egoísta de hoje que se contenta com um ou nenhum filho, eis o tipo de recompensa que não terão, de poder ser amparado com segurança pelo clã que arduamente construíram.
A integridade faz ao homem que se preza como tal, isso incomoda a muitos desajustados e desequilibrados que acham todos os delitos “algo normal e relativo” quanto mais poder lesar e ocasionar desgraça melhor. O pior disto é que ainda pretendem ser “pessoas de fino trato” de uma mal formação erudita para parecer pessoas serias e decentes, quando não conseguem atingir a alguém para destruir com as mesmas leis que eles criaram utilizando a argucia e a deturpação e a mentira, ficam muito incomodados por isto partem para eivar de mentiras e imoralidades causar o desprestigio na pessoa que não conseguem destruir, chegam ao ponto de cercar com campanhas as possibilidades de que a pessoa tenha o seu próprio sustento de maneira honesta e legal ou seja a difamação para impedir que tenha seu trabalho.
A situação descrita neste episódio é uma exceção: como regra os filhos não são gratos aos favores e ajuda material prestada pelos pais, eles consideram este sacrifício como “uma obrigação” e os benefício que usufruem como “um direito adquirido”.
No universo macro, o governo é considerado o grande “paisão” dele tudo se espera, tem obrigação de distribuir felicidade no atacado e varejo, e os cidadãos com o direito inalienável de “ser feliz”.
Como resultado disto, temos a maior carga tributária do mundo!
Esse foi o ensinamento mais singelo e verdadeiro que eu aprendi,umafamília modesta e educada por um pai formidável. Isso é o que eu chamo de pragmatismo nato de uma pessoa, que dá aula de administração, economia com toda honestidade, tenho dito.
Muito bonito o texto!!Reforça mais uma vez a importancia dos valores morais e da instituição familiar!!
Por causa deste texto, me lembrei deste artigo muito interessante do Instituto Mises Brasil:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1781
Achei bastante interessante o artigo. Mas como deveria ser uma Previdência Social de acordo com a Doutrina Social da Igreja? O que está errado no atual modelo do Brasil?