Putin, Fátima & Viganò: uma reflexão incontornável

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O ex-Cardeal Theodore McCarrick no fulcro das denúncias do arcebispo Carlo Viganò

A jornalista holandesa Jeanne Smits foi durante 14 anos gerente e diretora do jornal “Présent”, diário porta-voz do partido Front National de Jean Marie Le Pen e continuadores.

Nesse longo período privou com os representantes da “extrema direita” francesa que hoje são cortejados e até financiados pela Rússia de Vladimir Putin.

Conhecendo-os de perto, constatou que não eram bem como diziam ser e estavam trabalhados por um servilismo alarmante em relação aos ideólogos do dono do Kremlin.

Agora, diante da tempestade de escândalos no pontificado do Papa Francisco I relativa às uniões maritais ilegítimas e LGBT, Jeanne publicou uma consideração original em seu site Reinformation.tv ligando os referidos escândalos às advertências trágicas de Nossa Senhora em Fátima e à expansão dos “erros da Rússia”.

De início, ela sublinha não ser mera coincidência que  o Testemunho do ex-nuncio em Washington, Mons. Carlo Maria Viganò, fora assinado no dia 22 de agosto, festa tradicional do Coração Imaculado de Maria, cujo triunfo final foi prometido por Nossa Senhora em Fátima.

A data da festa mudou em tempos recentes, mas, diz Smits, a magnitude da tragédia que vive a Igreja dificilmente pode ser avaliada objetivamente sem levar em conta os anúncios da Virgem em Portugal.

A rede homossexual denunciada por Mons. Viganò e o pedido de renúncia do Papa Francisco se esse quiser ser coerente consigo, instalou uma crise de gravidade sem igual.

A extensão e capilaridade da rede de corrupção moral e LGBT denunciada torna difícil pensar numa solução ignorando a mensagem de Fátima.

Como imaginar a purificação da Igreja militante, parte visível do Corpo Místico de Cristo, sem um auxílio especial de Nossa Senhora?

A atual crise da Igreja só pode ser bem aquilatada desde a perspectiva da mensagem de Fátima.

O inimigo do gênero humano se infiltrou no interior da Igreja, apresentando o mal como sendo bem, e o bem como sendo o mal, estabelecendo o reinado da mentira em tudo, escreve a jornalista.

A estrela que figura no hábito de Nossa Senhora de Fátima, segundo o Pe. Linus Clovis, especialista de mariologia e da mensagem de Fátima – citado por Jeanne Smits – evoca a bíblica reina Ester.

Essa foi a prefigura de Nossa Senhora que salvou o povo eleito da extinção física. A estrela ensina que Nossa Senhora esmagará a crise e seu principal instigador: a serpente infernal.

A Igreja já enfrentou muitas crises e saiu vitoriosa. Mas nunca se viu uma “mudança de paradigma” como vemos hoje justificando perversões da moral natural e católica. E promovida por um poderoso lobby homossexual instalado no Vaticano e no episcopado!

O Papa Paulo VI falou da infiltração da “fumaça de Satanás” na Igreja através de fissuras na casa de Deus. Hoje esse vapor fétido entra torrencialmente vindo de abismos de uma profundidade inimaginável onde reina o diabo, constata a jornalista.

E acrescenta: o Cardeal holandês Willem Jacobus Eijk, arcebispo de Utrecht vendo a dimensão da crise não hesitou em aplicar a nossos dias o artigo 675 do Catecismo da Igreja Católica:

“Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes (639). A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra (640), porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade”. (Catecismo da Igreja Católica — Primeira parte – A profissão da Fé, nº675)

Segundo a experiente jornalista, essa perspectiva apocalíptica põe no centro dos eventos atuais a advertência de Fátima não levada a sério sobre o papel que teriam os “erros da Rússia”.

Esses estão sendo o flagelo da Igreja que não se penitenciou dos maus costumes que já se desenvolviam em 1917. Hoje não é preciso dizer até onde chegaram. E dentro da Igreja!

Estratagema de Moscou: fingir que a Rússia de Putin é a salvadora do cristianismo

Para Jeanne Smits, um dos aspectos misteriosos é a difusão entre as direitas de uma imensa mentira que ela denunciou profusamente.

Essa mentira gerada nos laboratórios da guerra psicológica moscovita pretende apresentar a Rússia como não sendo mais o flagelo denunciado por Nossa Senhora.

Pelo contrário, espalha que a Rússia é o “ultimo baluarte do cristianismo e derradeira defensora da moral tradicional diante da agenda LGBT, do relativismo moral e do progressismo teológico que tomou conta de Ocidente”.

A crise eclesiástica que eclodiu serve ao Kremlin para acusar o Papado de ser a “prostituta de Babilônia” de que fala o Apocalipse. Já Lutero explorou o mesmo embuste. E os escândalos atuais servem como pretextos, poderosos mas insinceros.

A sorrateira propaganda putinista acrescenta que a Rússia sob o impulso do homem formado na KGB e admirador de Stalin se teria “convertido” trazendo uma nova fórmula de salvação para o cristianismo.

Katehon, o think tank russso onde se cozinham essas montagens é financiado por Konstantin Malofeev, conselheiro de total confiança de Vladimir Putin. O mesmo Konstantin Malofeev que visita as direitas ocidentais prometendo irriga-las com dinheiro!

Katehon sofisma e inverte os papéis: a Rússia não é o flagelo anunciado em Fátima, o cristianismo mundial deve se submeter ao Patriarcado de Moscou

E um filósofo gnóstico, Alexander Dugin, é o maior dos pensadores dessa central de falsificações.

Em 2017, Katehon anunciava a próxima “queda da Igreja Católica Romana” e a instalação da Igreja Ortodoxa Russa, ou Patriarcado de Moscou, à testa do cristianismo universal.

O truque propagandístico deturpa as profecias de Fátima e de La Salette, e confunde a Igreja Católica com a rede teológica-homossexual que se infiltrou nela pelo menos desde o Concilio Vaticano II.

Assim, Moscou visaria enganar os católicos desgostosos com a nauseabunda crise eclesiástica em curso e tentaria atrai-los para a área de influência do Patriarcado de Moscou.

A propaganda de Katehon diz ser ecumênica e pancristã. Mas exige que os católicos renunciem a converter os cismáticos russos que tendem, como na Ucrânia, a abandonar os erros e desordens do Patriarcado de Moscou e aderir aos ritos orientais católicos.

O Papa Francisco e a Ostpolitik vaticana têm aceitado essa pretensão em repetidas ocasiões.

É a mais completa inversão da verdade. Mas a Igreja está construída sobre a rocha de Pedro, e “as portas do inferno não prevalecerão sobre Ela”, ainda quando o poder de Satanás pareça senhor do mundo.

Nossa Senhora em Fátima advertiu que esta provação universal haveria de vir se os homens não se corrigiam e se não abandonavam os costumes perversos.

Para evita-la os homens deviam fazer penitência.

Essa sim seria uma esplêndida “mudança de paradigma” portadora de ubérrimos frutos de paz e ordem social e religioso. Mas Francisco I promove uma “mudança de paradigma” em sentido oposto!

Nossa Senhora acenou com uma perseguicao sem igual contra a Igreja. E hoje a estamos vendo. Não apenas ataques do exterior, como os do Islã e do laicismo. Essas não são as piores formas de perseguição.

Os “erros da Rússia” estão sendo dentro da Igreja o flagelo que Nossa Senhora anunciou em Fátima. Fundo: vulcão Cordon Caulle, Chile.

O tremendo é quanto o ataque procede do interior da Igreja e é executado por mãos sagradas do mais alto nível.

Realiza-se assim a advertência da mensagem de Fátima de que o Papado teria muito a sofrer. E essa dor está sendo infligida quiçá até pelas iniciativas do Pontífice – quod Deus advertat!

Os erros da Rússia, o imenso flagelo anunciado por Nossa Senhora em Fátima, se abatem dessa forma sobre o corpo da Cristandade desferido por mãos sagradas.

Poucos atentam para essa dimensão religiosa decisiva da hora atual. E o Kremlin se regozija.

Mas nada nem ninguém conseguirá vencer Àquela que é ‘mais poderosa que um exército em ordem de batalha’, como diz bela e ufanamente o Oficio de Nossa Senhora.

Aquela que prometeu na Cova da Iria que “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”.

 


Leia a Declaração do IPCO – Ante a “mudança de paradigma” do Papa Francisco: Resistir como São Paulo ensina

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