Chamamos a atenção dos nossos leitores para o hábito, edificantíssimo, adotado pela Cúria Metropolitana desta Arquidiocese [note-se bem: isso nos idos de 1942], que consiste em denunciar por meio de editais as pessoas que tentam mentir a Deus e aos homens, celebrando novos desponsórios quando ainda ligados pelo vínculo de um casamento anterior.
Assim procedendo, a Cúria Metropolitana demonstra toda a repulsa que à Santa Igreja causam não só tais práticas sacrílegas, quanto todos os atentados à constituição santíssima da família legítima, nascida do sacramento do matrimônio.
Há quem suponha que só com melúrias e sorrisos se cativam as almas, e neste sentido, se dá uma interpretação tão imbecil quão infundada à famosa e verdadeiríssima afirmação de São Francisco de Sales [quadro acima] de que numa pequena colherada de mel se apanham mais moscas do que num tonel de vinagre.
Muito se espantariam as pessoas que assim abusam da autoridade deste santo, se soubessem que ele requisitou a intervenção da força armada de Saboia contra os protestantes, bem crente de que, se com vinagre não se apanham moscas, com mel não se amansam panteras!
Fonte: “Legionário”, n° 490, 1º de fevereiro de 1942
Desejaria responder ao meu xará acima, dizendo que certamente ele se esqueceu do fato narrado no Evangelho quando Nosso Senhor Jesus Cristo perdoou a mulher adúltera. Assim, aqui transcrevo tal passagem para reavivar sua memória e entender a lei no Antigo e Novo Testamento:
“Então os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; puseram-na no meio, e disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério. Ora, Moisés na Lei mandou-nos apedrejar tais pessoas. Que dizes tu, pois? E diziam isto para o tentarem, a fim de o poderem acusar. Porém Jesus, inclinando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. Continuando, porém, eles a interrogá-lo, levantou-se e disse-lhes: O que de vós está sem pecado, seja o primeiro que lhe atire a pedra. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo isto, foram-se retirando, um após outro, começando pelos mais velhos; e ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio. Então Jesus, levantando-se, disse-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Ela respondeu: Ninguém, Senhor. Então disse Jesus: Nem eu te condenarei; vai, e não peques mais” (Jo 8, 3-11).
Sim, meu xará, é um grave pecado a prática do adultério, mas Jesus Cristo estabeleceu para nós o sacramento da Confissão. Ele perdoa nossos pecados, mas com uma condição: deseja nosso sincero arrependimento e o propósito firme de não mais pecar.
Tudo leva a crer que a “mulher adúltera” teve um autêntico arrependimento, uma vez que Jesus Cristo a perdoou. Nosso Senhor não disse “vai e continue a sua vida [de pecado]”. Mas disse: “vai, e não peques mais”.
Concordo plenamente que não possa haver divorcio, e que tudo seja feito como na época de \Jesus. Naquela época o adultério era punido com a morte, assim o cônjuge inocente estava viúvo para se casar novamente. Será que hoje vão matar o cônjuge adultero? Ou o ofendido terá que carregar esse fardo para sempre?