Regime inumano de trabalho gera onda de suicídios suspeitos na China

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    Marcelo Dufaur

    Uma onda de suicídios na fábrica da Foxconn, pertencente a uma empresa de Taiwan, instalada em Shenzen, sul da China continental, causou pânico entre os seus dirigentes, informou a BBC.

    A direção da fábrica decidiu aumentar os salários em 20%. Ela produz aparelhos eletrônicos para a Apple, como o iPhone e o novo iPad, mas também para Dell, Nokia e Sony.

    O salário inicial nessa empresa de alta tecnologia é de 900 yuans por mês, equivalente a perto de R$ 242. A Foxconn emprega mais de 300 mil pessoas na China.

    O problema é o regime militar de trabalho na fábrica, mais ou menos similar ao usado no resto da China. O total dos suicídios reconhecidos aproximaria-se a 16.

    O fato é que os operários estão submetidos a extenuantes jornadas de trabalho num parque industrial isolado, que lhes fornece dormitórios para garantir máxima produtividade. Eles são controlados e punidos por uma polícia interna,

    suspeita de ter induzido o suicídio de muitos.

    O presidente da empresa, Terry Gou, garantiu que estava instalando redes para evitar novos suicídios em todos os dormitórios e prédios do imenso complexo. Elas visam segurar os operários que venham se jogar pelas janelas.

    O complexo industrial, segundo o correspondente da BBC em Xangai, Chris Hogg, “é uma verdadeira cidade, com lojas, postos de correio, bancos e piscinas de tamanho olímpico”. Setenta psicólogos aconselharão aos funcionários.

    Segundo o diário portenho “La Nación”, os pais de Ma Xiangqian, 19, um dos mortos, acham que seu filho faleceu em circunstâncias misteriosas. “Só pedimos é a verdade. Nem sequer uma compensação” disse o pai de Ma.

    Empregados denunciam que agentes internos de segurança espancam os operários e em algum dos casos, teriam jogado a vítima pela janela.

    O alto número de operários que assim perderam a vida nas fábricas da China incomoda à indústria tecnológica que, com capitais e tecnologias ocidentais, explora a mão de obra escrava chinesa.

    Aumentam os apelos de ativistas para um boicote mundial de produtos como os últimos iPhone da Apple produzidos em condições injustas.

    Os operários do complexo de Longhua, ainda segundo “La Nación”, reagiram irados quando a direção da empresa pediu que assinassem uma carta de modo imediato contendo uma cláusula pela qual so recebeeriam o mínimo legal por acidentes fora do local de trabalho.

    Gou, presidente da empresa, pediu desculpas e disse que retiraria a proposta.

    O diário australiano “The Age” também noticiou o caso do operário acusado pela segurança interna de roubar um

    iPhone e que depis apareceu como tendo se suicidado. O jornal forneceu uma lista dos suicídios e tentativas suspeitas.

    Tratou-se do funcionário Sun Danyong que perdeu um protótipo de um iPhone de 4ª geração apareceu depois “suicidado”. A empresa deplorou o uso de ‘métodos inadequados de interrogação’ aplicados sobre Sun antes da morte, segundo o diário inglês “The Mail”.

    Apple e Dell declararam estar dispostas a investigar as denúncias sobre as más condições de trabalho nas fábricas chinesas que montam os produtos que depois vendem no mundo todo, inclusive no Brasil.

    A declaração visa sobre tudo a imprensa e os consumidores ocidentais. Há muitos anos, o regime de exploração de mão de obra escrava vinha sendo denunciado em Ocidente e em nada incomodava aos capitalistas ocidentais beneficiados.

    E a Foxconn não é a pior neste sentido no paraíso socialista chinês.

    O suicídio reflete males do paganismo acrescidos pelo sistema de vida socialista.

    5 COMENTÁRIOS

    1. Ora, nós temos todos os materiais para tudo: água, tecnologia e muitas adversidades no nosso tão judiado Brasil que não industrializa nada e que vende a preço de banana todas as nossas riquezas. Convido a todos os brasileiros a não comprar nenhum material que vem desses países asiáticos que para sua ganância utilizam de pessoas e as pagam uma miséria, levando-as a tirarem a sua própria vida.

    2. Francisco Meira é um otário. O que tem a ver o ativismo animal com essa exploração absurda na China? Quem criou essa situação foi o HOMEM, o ser mais irracional do planeta. O homem rouba, mata, trai, explora, abusa, destrói, faz guerra em nome de DEUS… Os animais são criaturas divinas que TAMBÉM merecem respeito e são mais dignos do que estes capitalistas exploradores e muita gente por aí. Sou defensora animal e acho um absurdo este tipo de gente que nos classifica como estúpidos. Se cada um fizesse um pouco, de acordo com os recursos que tem, ajudando um animal abandonado, cuidando do meio ambiente, sendo uma pessoa de caráter na esfera pública ou privada, ajudando orfanatos e asilos, o mundo não estaria tão conturbado como é hoje. Acorda….

    3. Há muito tempo atras li alguma coisa em que dizia que na China não existem leis trabalhistas, nem sindicato, nada de proteção ao trabalhador. Dizia, na época que a grande maioria dos operários chineses trabalhavam pela manhã para receber almoço e à tarde para receber a janta. Todos usavam praticamente os mesmos uniformes e tinham que ter as mesmas condutas, ou seja, produzirem mais e mais.
      Morreu Mao Tse Tung, mas o regime continua. E quando se abriu o mercado para o capital extrangeiro, dele se aproveitaram várias multinacionais devido o custo da mão de obras ser irrisória. Ainda penso muito nisso quando vejo produtos da china serem vendidos aqui por 1,99. Quanto será o custo disso na fonte, acrescido de despesas de frete e outras coisas mais como impostos ao nosso governo, etc.? Claro que fabricam porcarias, mas o que se esperar de um produto de qualidade a um preço desses? Daí também a alta rotatividade de produtos que duram pouco ou quase nada apos algum uso, sem proteção do consumidor na troca e tem de arcar com o prejuizo e… comprar outro.

    4. O pior é que os passeiam pelos shopping da vida encantando-se com os produtos chineses NÃO querem “perceber” essa crueldade, entretanto, são extemamente sensíveis aos “crimes hediondos” praticados contra qualquer animal. Como classificá-los?

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