Relações Brasil-China: Cinco interrogações que preocupam os brasileiros

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A mídia nacional e do exterior tem publicado notícias sobre o “comportamento da China” — tanto no plano interno quanto internacional — que nos ajudam a refletir sobre as futuras relações sino-brasileiras e a crescente ingerência chinesa na América Latina.

1. Espionagem e ataque cibernético

Notícia do “New York Times” de 12 de dezembro reproduzida pelo “Estado de S. Paulo” informa que “o ataque cibernético à rede de hotéis Marriott, no qual foram roubados dados pessoais de 500 milhões de hóspedes, é parte de uma investida de espionagem chinesa que também hackeou operadoras de planos de saúde e arquivos de milhões de americanos com acesso a informações confidenciais, segundo duas fontes próximas às investigações. De acordo com as fontes, os hackers são suspeitos de agir em nome do Ministério de Segurança do Estado, a agência de espionagem civil controlada pelo Partido Comunista”.

Prossegue a notícia: “Essas ações [que o governo americano planeja] incluem o indiciamento de hackers chineses trabalhando para os serviços de informações e para as Forças Armadas da China, segundo quatro funcionários do governo que falaram sob a condição de anonimato. O governo Trump também planeja liberar relatórios de inteligência mostrando que as tentativas chinesas de montar um banco de dados contendo nomes de executivos americanos e de funcionários do governo com acesso a informações confidenciais vêm ocorrendo no mínimo desde 2014”.

O artigo se refere ainda a uma trégua de 90 dias negociada há duas semanas em Buenos Aires entre Trump e o presidente vitalício (ditador) chinês Xi Jinping “com vistas a uma eventual mudança de comportamento (sic) da China”.

“Esse comportamento inclui coagir empresas americanas a fornecer dados tecnológicos sigilosos caso queiram entrar no mercado chinês; inclui também o roubo de segredos industriais americanos, que são repassados a empresas estatais chinesas”.1

2. O PC chinês é o verdadeiro ditador onipotente e onipresente

Agora vem a ameaça sobre o Canadá.

Como foi amplamente noticiado, Meng Wenzhou, “CEO da Huawei e filha do fundador da empresa chinesa de telecomunicações, foi presa em 1º de dezembro sob a acusação de fraude e enfrenta extradição para os Estados Unidos” (Epoch Times).

Luís Fernando Novaes, comentando em 10 de dezembro a notícia de Epoch Times, escreve: “A China pressiona veementemente o lado canadense a libertar imediatamente a pessoa detida [Meng Wenzhou] e a proteger seus direitos legais, caso contrário ‘o Canadá deve assumir total responsabilidade pelas graves consequências causadas’, segundo uma declaração de 8 de dezembro do Ministério das Relações Exteriores da China”.

E mais adiante: “O que o regime comunista chinês pode estar ignorando, no entanto, é que os governos em países democráticos não podem interferir nos procedimentos legais”.

“Eu acho que isso é muito típico do comportamento da China”, disse Brian Lee Crowley, diretor do Instituto Macdonald-Laurier. “Eles agem como se comportam internamente, onde cada instituição na China deve se submeter à vontade do Partido Comunista”.2

3. O PC chinês é fundamentalista. Nem Pombal levou tão longe o seu anticatolicismo

Em setembro de 2018 o Vaticano e a China firmaram um “acordo provisório” cujas cláusulas permanecem parcialmente sigilosas.

Após esse acordo continuaram as intimidações, os interrogatórios e as prisões de bispos, clérigos e católicos fiéis a Roma, a destruição de cruzes e igrejas, bem como a proibição aos menores de frequentarem os templos católicos.

A China havia criado — à maneira da Revolução Francesa — a sua “igreja patriótica”, totalmente subserviente ao regime comunista.

Mais ainda, tal igreja sagrou bispos comunistas, alguns dos quais são deputados, à revelia de Roma.

O Papa Francisco cedeu e legalizou os “bispos” da igreja patriótica, empossando-os em dioceses antes conduzidas por bispos fiéis a Roma.

Do que vale um acordo com o regime comunista chinês?3

4. Intervenção chinesa ou “a América para americanos”?

Noticia da UOL de 28-11-18, sobre a reunião do G20 em Buenos Aires, coloca a América Latina como palco de uma disputa entre os Estados Unidos e a China comunista.

“Além da disputa comercial entre Estados Unidos e China, há uma disputa entre os dois países que também diz respeito à projeção de influência política na América Latina.

“O instituto Inter-American Dialogue (Washington) compilou dados de estradas, portos e outros projetos de infraestrutura que atraem apoio e investimento chinês desde 2002 na América Latina. Estima-se que mais de 150 projetos estejam em andamento.”

Segue o mapa da América Latina com as garras comunistas dos investimentos chineses.

Essa falsa alternativa EUA ou China comunista é inaceitável e esperamos que o governo Bolsonaro saiba fazer valer a soberania, o brio e a honra do Brasil: não deixe que a China compre a América Latina e o Brasil.

“América para americanos”, “O Brasil é nosso”. Vamos dar as cartas e impor nossas condições nessa chantagem chinesa.

Em tempo: o presidente da China é vitalício! Isso é muito diferente de ser ditador?4

5 .  772 milhões em subornos chineses na Venezuela

Informa o site elpais.com/brasilem (27-11-18) que empresas chinesas pagaram 772 milhões de reais em subornos para obter contratos na Venezuela.

“O chamado Grande Volume, um megacontrato de 20 bilhões de dólares (77,2 bilhões de reais) selado em 2010 entre a Venezuela e a China, se tornou um ninho de corrupção. A construção de infraestrutura de energia no país sul-americano ocultou um negócio fabuloso de comissões ilegais. Uma investigação da Justiça de Andorra revelou que o empresário venezuelano do ramo de seguros Diego Salazar e seus colaboradores receberam 200 milhões de dólares (772 milhões de reais) de cinco empresas chinesas.”

O dinheiro era lavado na Banca Privada d’Andorra (BPA), que foi fechada pelas autoridades do Principado de Andorra em 2015, exatamente por operações ilegais.

Ainda segundo a notícia, a “China concedeu um empréstimo à Venezuela por intermédio do Banco de Desenvolvimento da China (BDC) e contribuiu com dois terços dos recursos. O Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bandes) estava encarregado de administrar os fundos”.5

Causaram um justo desagrado aos brasileiros as declarações de autoridades chinesas sobre um estreitamento de relações Brasil-EUA em decorrência da eleição de Jair Bolsonaro.

A China repete com insistência o slogan: relações comerciais “sem viés ideológico”.

Em 31 de outubro, em editorial o “China Daily” — jornal que funciona como porta-voz informal do governo — trouxe uma advertência clara: um eventual giro da política externa brasileira para uma submissão aos Estados Unidos pode representar um “custo econômico duro para a economia brasileira”.6

Soa como uma ameaça!

Devemos realmente esperar uma “mudança de comportamento da China”, cujo regime só age em função dos interesses imperialistas do Partido Comunista Chinês?

Por que razão esse especial interesse dela em relação a “estradas, portos e outros projetos de infraestrutura”?

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Notas:
1. https://link.estadao.com.br/noticias/empresas,ataque-ao-marriott-foi-feito-por-espioes-chineses-diz-governo-dos-eua,70002643898
2. https://www.epochtimes.com.br/regime-chines-pressiona-ottawa-sobre-prisao-da-cfo-da-huawei-ignorando-estado-de-direito-do-canada/
3.https://www.lifesitenews.com/opinion/church-throwing-chinese-christians-to-the-lionshttps://bitterwinter.org/how-deeper-underground-can-underground-catholics-go/
4. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2018/11/28/g20-china-eua-america-latina.htm
5.https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/27/internacional/1543315819_586995.html
6.https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/374232/Embaixador-da-China-visita-Bolsonaro-para-conter-movimentos-hostis.htm

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