Autor: Paulo Roberto C. Rosa
Uma das grandes esperanças que animava o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira era o renascimento do espírito de cruzada. Imaginava ele que esse espírito ressurgiria notadamente na Europa. Seriam jovens, que estariam abertos inclusive para a ideia de um Dom Sebastião que retornasse cavalgando um cavalo branco para chefiar uma grande aventura cujo objetivo seria alargar as fronteiras do mundo cristão, levando seus nobres ideais até o âmago dos países maometanos.
Se de início esse espírito de conquista infelizmente parecia manifestar-se apenas no âmbito das hostes inimigas, neste mês de junho, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, surge uma notícia realmente animadora. Ela revela que dois espanhóis, nos quais parece ressurgir o espírito de El Cid Campeador e de Santiago Matamoros, abalaram-se de Valência e da Galícia para combaterem os terroristas doExército Islâmico (EI), alistando-se entre os peshmergas curdos. O valenciano afirma o seguinte:“Afetou-me especialmente o drama dos cristãos que estavam sendo perseguidos e aniquilados. Eu não quis ficar de braços cruzados”. E o galego, por sua vez, dizia: “Vale a pena estar aqui, irei embora somente quando o EI for exterminado!”.
O mais interessante é que havia um terceiro espanhol, que levou consigo uma bandeira do Sagrado Coração de Jesus com um coração em chamas, rodeado pelos seguintes dizeres: “Reinarei na Espanha. Viva Cristo Rei!” [foto acima]. Além de devoto do Sagrado Coração de Jesus, ele é adepto da Missa em latim e tradicionalista. Afirma ele: “Sou católico praticante e tradicionalista. Se nós, cristãos, não viermos para defender os cristãos, não esperemos que os muçulmanos queiram ajudar os cristãos”. Em seu uniforme aparece o mesmo emblema do coração em chamas, rodeado agora pelas palavras:“Detém-te! O Coração de Jesus está comigo! Venha a nós o teu reino!”. E continua: “Quando alguém está disposto a dar sua vida para ajudar, as coisas mundanas de cada dia importam realmente pouco. Tu não raciocinas, simplesmente vês uma injustiça e ages. Seria o mesmo que uma pessoa visse do portão de sua casa que uma jovem está sendo violada; essa pessoa não levaria em conta se os agressores são mais ou menos, ou se estão armados. Ela agiria e, sobre as consequências, Deus dirá”.
Além dos espanhóis, a notícia informava também que entre os peshmergas havia dois americanos, um sueco, e uma franco-atiradora brasileira, Heloísa, que é enfermeira.
Neste mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, Fornalha ardente de Caridade, peçamos-lhe que acenda essa mesma chama de fé e coragem nas almas de muitíssimos outros jovens, que estejam dispostos a dar suas vidas pela Santa Igreja e pelos seus irmãos na fé em perigo.
Cfr. http://www.elmundo.es/internacional/2016/06/01/574ddd23468aeb3d2e8b45dc.html