Menos da metade de todas as famílias russas declara que consegue satisfazer suas necessidades básicas em matéria de alimentação e vestimenta.
O sofrido povo russo já estava acostumado a comer miseravelmente durante décadas de ditadura soviética e a portar vestimentas em mal estado nos frios inclementes do país durante longos meses do ano. E sofre agora estoicamente.
Além da sobrevivência alimentar e de vestuário, nem pensar no demais: poupança, algum móvel, eletrodomésticos, um celular, etc.
Essa miséria foi constatada em diversos relatórios da mídia – quase toda oficial – e compilados pela agencia oficial de estatísticas Rosstat, noticiou “Radio Free Europe”.
O relatório da Rosstat afirma que 48,2% das famílias está nesse patamar de necessidade. O cálculo ponderou a situação de 48.000 lares.
As categorias mais atingidas pela carência são as famílias jovens (59,2%) e aposentados (57,9%).
Um 15% afirmou que só consegue suprir suas necessidades básicas de alimento com exclusão de qualquer outra coisa.
A crescente miséria popular está erodindo cada vez mais a popularidade de Putin. Esse teve um auge de popularidade nos anos 2000-08 favorecido pelas altas cotações do petróleo e do gás que a Rússia exporta.
O manancial de dinheiro europeu lhe permitia importar alimentos e manter um sistema de subsídios e bolsas de grandes dimensões.
Mas, a queda posterior dessas cotações e as retaliações após a invasão da Ucrânia, entre outros, tornou impossível a política populista de repartição de benesses.
O PIB caiu a 0,5% nos primeiros quatro meses de 2018 atingindo um de seus mais baixos níveis, tinha advertido a mesma Rosstat.
Na Rússia, o socialismo estatista legado pela União Soviética nunca foi removido, e o país não produz o necessário para se sustentar com suficiência.
A proporção dos russos que acha que Putin pode resolver o problema teve mais uma queda, ficando em 31,7% segundo sondagens da agência estatal VTsIOM publicada em 24 de maio deste ano (2019).
Os recursos provenientes das exportações de petróleo e gás são encaminhados pelo Kremlin para desenvolver novas armas e promover provocações militares contra outros países.
Em 2019, esta estratégia de hostilizações foi especialmente perigosa com insistentes aproximações de bombardeiros nucleares russos às águas territoriais dos EUA na região do Alasca.
Bombardeiros e caças russos foram logo identificados e afastados das áreas críticas pela intervenção da Força Aérea americano, em episódios típicos da Guerra Fria, no tempo da URSS.