Sabedoria: A Maior Causa

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Trecho da palestra “Sabedoria: O Fundamento de uma Sociedade Cristã Orgânica”, proferida por John Horvat II na Conferência Nacional da TFP em 26 de outubro de 2013:

Saint_Albert_the_Grreat“Como eu disse antes, sabedoria é conhecer a causa maior. Eu gosto muito da explicação do filósofo alemão Josef Pieper. Ele diz: ‘Conhecer a causa maior, então, não significa conhecer a causa de algo em particular, mas conhecer a causa de tudo e de todas as coisas: significa conhecer o ‘para onde’ e o ‘de onde’, a origem e o fim, o plano e a estrutura, a conjuntura e o sentido da realidade ¹.

E ele tem razão. Vivemos num mundo hiperespecializado, onde todos sabem cada vez mais (sobre cada vez menos). É por isso que o especialista não é necessariamente um homem sábio; muitas vezes ele não tem uma visão do todo. Nós perdemos a noção estrutural completa de uma ordem cristã que explica o significado da vida em sociedade, ordena o universo e nos serve de mapa para conduzir ao objetivo final, a nossa salvação, que é o motivo de estarmos aqui, em primeiro lugar.

Nesse sentido, a obra ‘Return to Order: From Frenzied Economy to Organic Christian Society – Where We’ve Been, How We Got Here, and Where We Need to Go’ ² é toda sobre sabedoria.

Quando você pensa em retorno, o retorno insinua causas. Você está voltando para algo que veio antes. Você está refazendo seus passos para encontrar uma causa, que irá fornecer uma solução.

A ordem também nos fala sobre sabedoria. A ordem insinua um design inteligente embutido na natureza das coisas. Alguém organizou um ‘plano e estrutura’. Há uma causa eficiente, com uma intenção original. Quando você pensa em ordem, você pensa no sistema inteiro. Quando eu digo que um quarto está em ordem, isso significa que tudo está onde deveria estar.

E então, a partir da perspectiva do livro ‘Revolução e Contra-revolução’, do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, precisamos retornar à ordem, porque a revolução destruiu a civilização cristã; tem mexido em tudo e feito uma verdadeira bagunça. Nosso nobre propósito é juntar – e trazer de volta – essa ordem, para reconstituir o mapa e levar a cabo uma contra-revolução”.

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(Tradução: Fabio Ramos)

¹ Josef Pieper, Leisure: The Basis of Culture (Nova York: The New American Library, 1963, p. 110).

² Título da obra: “Retorno à Ordem: Da Economia Frenética à Sociedade Orgânica Cristã – Onde Estivemos, Como Chegamos Aqui e Para Onde Precisamos Ir”, de John Horvat II, em tradução livre.

Fonte: http://www.returntoorder.org/2014/04/wisdom-highest-cause-things/

4 COMENTÁRIOS

  1. É, um comentário da “Revolução e Contra Revolução” de Plínio Corrêa de Oliveira, muito precioso. Gostaria de adquirir essa obra em português. Onde encontra-la ?

  2. Boa matéria !! eis a questão : os conhecimentos dispersos sem uma ordem e uma estrutura são vazios e confusos, sem a origem compreendida claramente e os degraus necessários pelos quais chega-se a todo completo dificilmente nasce e cresce a sabedoria.
    Já os conhecimentos estruturados e ordenados pelo estudo e o analise geram saber específico, agora se a disciplina estudada não permite uma flexibilidade, transforma-se em um conhecimento bitolado e pernicioso obnubilando o entorno e o uso da razão de uma maneira ampla. Nesse estagio é que nascem os desvios da conduta e a razão e as consequências são a deturpação de nossas tradições e o vilipendio da origem primeira que é DEUS !!

  3. Concordo totalmente com o autor, precisamos criar uma corrente que faça frente a esse relativismo maluco, que tudo possa ser reinterpretado, mas o grave é que firmado em falácias.

  4. Digo mesmo que o futuro da humanidade está no passado, não necessariamente histórico, mas no resgate de tudo que foi relegado a segundo plano. Os valores éticos e morais, coisas próprias da natureza se encontra na religião e verdades cristãs. A grande maioria foi descaracterizada durante o Renascimento, Iluminismo e outras “ciências” que colocaram as verdades de fé em cheque. Tudo o que destituiu o sistema Teocêntrico para instituir o sistema Antropocêntrico, nos trouxe involuções ao invés de evoluções. Como li uma frase em que Voltaire citou Deus-relojoeiro, dizendo: “um relojoeiro ao concluir um relógio, este não precisa mais dele. Assim não precisamos de Deus, uma vez que completou a sua obra.” Este é apenas uma das grandes heresias daqueles movimentos.

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