Triunfo sobre toda espécie de obstáculo
- Plinio Corrêa de Oliveira
Esta é uma foto do grande São João Bosco (1815 – 1888), fundador da Congregação Salesiana. Nota-se a expressão eminentemente sacerdotal, mas de um homem do povo. Ninguém iria imaginar que ele nascera em alta camada social. É um camponês que se tornou sacerdote, e isto era uma glória para ele.
Há algo nele de verdadeira majestade. No que consiste tal majestade? Analisemos sua fisionomia: o cabelo meio revolto, com uma madeixa que cai um tanto sobre um dos olhos, e uma risca que lhe dá uma certa elevação e dignidade. As orelhas são grandes, o que aumenta ainda mais a impressão da altura do rosto. O nariz, sem ter nada de disforme, é bastante longo e ressalta a extensão do rosto.
Os olhos revelam uma pessoa que tem consciência de que a altura do próprio rosto é apenas um símbolo da grandeza da própria alma. E há nele algo de resoluto e de triunfal, de alguém que triunfou ou está triunfando sobre toda espécie de obstáculo. Encantado e enlevado! O triunfo dele está nisto.
Ele não está pensando em si, mas na força de Nossa Senhora Auxiliadora, a grande protetora dele, que o ajudava nas vitórias que obtinha. Ele contempla a glória d’Aquela que, na pessoa dele, vencia. Está considerando entusiasmado a vitória de Nossa Senhora Auxiliadora.
Cabeça de porte alto, tem-se a impressão de que ele sente tudo situar-se abaixo dessas vitórias.
Este é o nobilíssimo São João Bosco.
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Entretanto, comparemos a verdadeira fisionomia apresentada na primeira foto autêntica de Dom Bosco [acima], com esta imagem [ao lado] pintada segundo a escola sentimental, inteiramente deformante do verdadeiro espírito católico.
Não se concebe que seja a mesma pessoa. A estampa apresenta uma massa toda esbranquiçada e rosadinha. A posição das mãos e o todo da pessoa não têm nada de combativo, mas sim de um homem mole, que leva vida ociosa, que não tem preocupações e assim vai envelhecendo.
É a estampa de um moleirão, e não a verdadeira fisionomia de São João Bosco [como na foto no topo], que hoje em dia se apresenta como modelo espiritual ao público.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em 21 de maio de 1983. Sem revisão do autor. Fonte: Revista Catolicismo, Agosto/2004.
