SÃO JOSÉ, esposo puríssimo de Maria Santíssima e pai nutrício de Jesus Cristo, era de origem nobre, como testificam os evangelistas Mateus e Lucas. A genealogia de José remonta a David e de David aos Patriarcas do Antigo Testamento. Mais importante, porém, que a origem, é a virtude que tanto enobrece a alma de S. José: a humildade. Não sabemos onde o santo Patriarca nasceu; alguns opinam que era natural de Nazaré, na Galileia, onde trabalhava na oficina de carpinteiro; outros porém, acham mais provável que Belém tenha sido a cidade natal de São José pois, Belém foi a cidade de David. A mãe de José era Estha. Não devemos estranhar a pobreza de José. Escolhido para ser o pai adotivo do Messias, convinha que compartilhasse a vida pobre deste. Nada sabemos a respeito da infância de S. José e nem tão pouco da vida que levou, até o casamento com Maria Santíssima. Os santos Evangelhos não nos dizem coisa alguma a esse respeito; limitam-se apenas a afirmar que José era justo, o que quer dizer: José era cumpridor da lei, homem santo.
Que a virtude e santidade de S. José foram extraordinárias, vemos pela grande e importante missão que Deus lhe confiou. Segundo a doutrina de São Tomás de Aquino, Deus confere as graças e privilégios à medida da dignidade e da elevação do estado, a que destina o indivíduo. Pode imaginar-se dignidade maior que a de S. José, que, pelos desígnios de Deus, devia ser esposo de Maria Santíssima e pai nutrício de seu divino Filho?
Parece fora de dúvida que os desposórios de Maria Santíssima com São José obedeceram a um plano extraordinário da Divina Providência. Maria Santíssima, consentindo no enlace com o santo descendente de David, não podia ter outra coisa em mira, senão uma garantia para o futuro, uma defesa de sua virtude e uma satisfação perante a sociedade, visto que no Antigo Testamento não era conhecida, e muito menos considerada, a vida celibatária. Celebrando o contrato matrimonial, Maria Santíssima certamente o fez com a garantia absoluta da pureza virginal, que por inspiração divina votara a Deus. São Jerônimo afirma que S. José conservou em toda a vida a virgindade. Ninguém pode estranhar o título de “Irmão de Jesus”, visto que os livros bíblicos empregam muitas vezes a palavra “Irmão” por “parente”. Abraão disse a Lot: “Não haja contenda entre nós, pois somos “Irmãos”. E Abrão não era irmão, mas tio de Lot.
Realizou-se a grandiosa obra da Encarnação do Verbo Unigênita de Deus. O Arcanjo S. Gabriel saudou a Maria e comunicou-lhe o grande mistério, que nela se havia de realizar. Maria pronunciou o “fiat”, consentindo na maternidade que se operaria nela pelo Espírito Santo, e deixou a São José em completa ignorância. Com esse consentimento, dirigiu-se à casa de S. Isabel, onde se demorou três meses e, de volta para casa, seu estado causou no espírito de José as mais graves preocupações e cruéis dúvidas. A virtude e santidade da esposa estavam acima de qualquer suspeita, não lhe permitindo explicação menos favorável. De outro lado se vai diante de uma realidade, que lhe torturava a alma. Nesta perplexidade invencível, resolveu abandonar a esposa. Quando já tinha providenciado tudo para a partida, apareceu-lhe, em sonho, um Anjo do Senhor e disse-lhe: “José, Filho de Davi, não temas admitir Maria, tua Esposa, porque o que nela se operou, é obra do Espírito Santo”. Foram assim de vez dissipadas as negras nuvens do espírito de José. É mais fácil imaginar do que descrever a alegria que lhe foi na alma, sabendo do grande mistério, que se operava em Maria. Com quanto respeito, com quanta atenção não teria tratado aquela, que pela fé sabia ser o tabernáculo vivo do Messias.
A época do nascimento de Jesus coincidiu com a publicação de um decreto do imperador Augusto, exigindo que os súditos romanos se alistassem na cidade de origem. Foi necessária esta determinação imperial, para que se cumprissem as profecias do antigo Testamento, que indicavam Belém como cidade onde havia de nascer o Messias. José e Maria, sendo da família de David, em obediência ao decreto, fizeram a jornada para aquela cidade. O Messias, prestes a aparecer, chegou ao que era seu e os seus não o receberam. Fecharam-se-lhe todas as portas, e os pobres pais outro abrigo não acharam, a não ser uma estrebaria fora da cidade. Provação duríssima para um coração tão extremoso como era o de S. José. Essa tristeza foi largamente recompensada, dando lugar a uma alegria incomparável, quando, naquela noite do desterro, Maria Santíssima deu à luz o Filho de Deus. Com que transportes de alegria não teria contemplado o divino Infante com que satisfação não o teria tomado nos braços e coberto de ternos beijos!
Esta alegria foi aumentada ainda pelas circunstâncias extraordinárias, que acompanharam o grande acontecimento: A aparição dos Anjos nos campos de Belém e o celestial canto, que igual o mundo jamais ouvira, desde sua existência, o comparecimento dos pobres pastores no estábulo, mais tarde a chegada dos reis Magos do Oriente. Todos estes fatos, cada qual mais extraordinário, despertaram em São José novos motivos, não só de aletria, como também de grande admiração. Pela primeira vez lhe surgiu no espírito bem nítida, a sublime missão que Deus na sua bondade lhe tinha reservado, a missão de Pai nutrício de seu Filho Unigênito. Este conhecimento, se bem que o tenha confundido, de certo lhe encheu a alma de paz indescritível.
Pouco tempo depois S. José recebeu de Deus a ordem de fugir com a família para o Egito, para assim salvar a vida da criança, seriamente ameaçada pelo rei Herodes. Sem demora se pôs a caminho e ficou no Egito até segunda ordem. Esta veio, quando os perseguidores de Jesus tinham morrido, e José voltou para a sua terra. Por cautela, porém, não ficou em Belém, mas se estabeleceu em Nazaré.
Passados quarenta dias, José, em companhia do Menino Deus e Maria Santíssima, se dirigiu a Jerusalém, em obediência à lei, que exigia a apresentação do filho no templo. Sentiu-se-lhe a alma profundamente comovida, pela recepção que tiveram do velho Simeão. Este, sem antes ter visto a criança, conheceu nela o Filho de Deus e, no transporte de satisfação que lhe invadiu a alma, desejou morrer.
Conforme o costume na terra dos judeus, José ia anualmente, por ocasião da Páscoa, a Jerusalém, para oferecer a Deus no templo, os sacrifícios prescritos pela lei. Quando o Menino Jesus tinha doze anos, foi pela primeira vez com os pais a Jerusalém. No dia da partida Jesus ficou no templo, sem que os pais o soubessem. Resultou daí a grande aflição para as duas santas pessoas, que, com a maior ânsia, procuraram o filho durante três dias, ora nas casas dos parentes, ora entre os grupos de romeiros já de volta, até que o acharam no Templo, sentado no meio dos sacerdotes e escribas. Jesus desceu com os pais para Nazaré e ficou-lhes sujeito.
É tudo quanto sabemos de São José e o que os santos Evangelhos dele nos relatam. Sendo a Sagrada Família legalmente constituída, José era considerado pai de Jesus e Jesus filho do carpinteiro. Não devemos pôr em dúvida que José tenha trabalhado com toda dedicação para ganhar o sustento das pessoas confiadas ao seu cuidado. Da mesma forma é certo que Jesus cumpriu para com ele as obrigações de filho, prestando-lhe obediência, respeito e amor do modo mais perfeito.
Ignora-se quando S. José morreu. Há razões que fazem supor que o desenlace se tenha dado antes da vida pública de Jesus Cristo. Certamente não se achava mais entre os vivos quando seu Filho morreu na cruz; do contrário não se explicaria porque Jesus recomendou a Mãe a S. João Evangelista, não tendo para isto razão, se estivesse vivo S. José.
Que morte santa terá tido o Pai nutrício de Jesus! Que felicidade morrer nos braços do próprio Jesus Cristo, tendo à cabeceira a Mãe de Deus! Mortal algum teve igual ventura. A Igreja com muita razão invoca S. José como padroeiro dos moribundos e os cristãos se lhe dirigem com confiança, para alcançar a graça de uma boa morte.
Não existem relíquias de S. José, nem tão pouco sabe-se algo do lugar onde lhe foi sepultado o corpo. Homens ilustrados e versados nas ciências teológicas houve e há, que defendem a opinião de que S. José, em atenção a sua alta posição e grande santidade, foi, como S. João Batista, santificado antes do nascimento e já gozava de corpo e alma da glória de Deus no céu, em companhia de Jesus, seu Filho e Maria, sua santíssima Esposa.
Grande deve ser a nossa confiança na intercessão de S. José. A dignidade, a amizade íntima com Jesus e Maria, o lugar proeminente no plano da Redenção, são outros tantos títulos que lhe garantem a influência e o poder junto ao trono de Deus. Não há pessoa, não há classe que não possa, que não deva se lhe dirigir. Santa Tereza, a grande propagandista da devoção a São José, chegou a dizer: “Não me lembro de ter-me dirigido a São José, sem que tivesse obtido tudo que pedira”.
A devoção a S. José na Igreja Católica é antiquíssima. A Igreja do Oriente celebra-lhe a festa, desde o século nono, no domingo depois do Natal; os Coptos comemoram-na no dia 20 de julho. Os Carmelitas introduziram-na na Igreja ocidental. Os Franciscanos em 1399 já festejaram a comemoração do santo Patriarca. Xisto IV inseriu-a no breviário e no missal; Gregório XV generalizou-a em toda a Igreja. Clemente XI compôs o ofício, com os hinos, para o dia 19 de março e colocou as missões da China sob a proteção de S. José. Pio IX introduziu, em 1847, a festa do Patrocínio de S. José, e em 1871 declarou-o Padroeiro da Igreja Católica; Leão XIII e Benedito XV recomendaram aos fiéis a devoção a S. José, de um modo particular, chegando este último Papa a inserir no missal um prefácio próprio.
Ayer, 13 de Mayo de 1917, en San Jose de Costa Rica la imagen de San Jose el Santo Patron de toda Costa Rica acompaño a la imagen de Nuestra Señora de Fatima en multitudinaria Santa Misa y procesion celebrada en la Iglesia Catedral y alrededores en la celebracion del Centenaerio de sus apariciones
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