Se dependesse só do Mais Médicos…

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Protesto de médicos em Brasilia

O programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal com grande alarde e propaganda, visava, dizia-se, atender à necessidade premente de profissionais da medicina existente no interior do Brasil.

Porém, logo ficou claro que o programa tinha ainda outra finalidade, não confessada, de transferir dinheiro para o combalido governo comunista de Cuba, vítima de sua própria ideologia malsã. A partir de então, a contestação ao Mais Médicos (cubanos) se generalizou no Brasil.

Acontece que o programa tinha ainda uma terceira finalidade, tão oculta quanto a anterior: a de servir de plataforma política para as candidaturas do então Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (ao governo de São Paulo) e de Dilma Rousseff (à presidência). Esta finalidade, por sua vez, veio sendo corroída por sucessivas mazelas que foram se revelando durante a aplicação do Programa, como a deserção de diversos profissionais provenientes de Cuba, o escândalo do baixo salário que recebiam, a fiscalização que sofriam por parte de agentes cubanos que os vigiavam.

Informa agora editorial de “O Estado de S. Paulo” (9-6-14) que o novo Ministro da Saúde, Arthur Chioro, resolveu “muito provavelmente” estender o programa por mais três anos, além dos três inicialmente acertados. Ou seja, deve ir até 2019. A justificativa apresentada é de que o País precisa de mais tempo para formar os médicos, quase todos cubanos, necessários para atuar nas regiões hoje atendidas.

Para o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, a prorrogação expõe a falta de planejamento. “Mais uma vez”, diz ele, “fica comprovado que não existe nenhuma política de recursos humanos. O Brasil continua improvisando em muita coisa. O governo está enganando a população, dizendo que vai resolver o problema da saúde.”

Em nota igualmente dura, o Conselho Federal de Medicina (CFM) diz: “Em lugar de soluções desse tipo, o Estado deveria propor respostas efetivas para melhorar a assistência prestada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”. E, “em vez de priorizar programas midiáticos”, deveria cuidar de questões como o aumento de recursos orçamentários para o setor.

Para o governo, comenta o referido editorial, “pouco importa a força desses argumentos, porque seu principal interesse, no caso do ‘Mais Médicos’, está no efeito político e eleitoral do programa”.

A esta altura dos acontecimentos, o governo parece amedrontado ante a pressão da classe médica. Veja-se este noticiário sobre a presença do atual Ministro da Saúde em Campo Grande (MS), extraído do site da CFM (12-6-14): “Ao saber que estava sendo aguardado por aproximadamente 300 manifestantes entre acadêmicos de medicina e médicos, o ministro da Saúde Arthur Chioro mudou o local onde realizaria um seminário para falar sobre o programa ‘Mais Médicos’. Agendado para acontecer no Palácio Popular da Cultura, o evento foi transferido repentinamente para a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul. A tropa de elite da polícia Militar (Bope) foi chamada para restringir a entrada dos manifestantes, deixando o acesso livre apenas para prefeitos e secretários municipais de saúde”.

Rosana Leite de Melo, primeira secretária do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS), comentou: “Estamos extremamente indignados, é uma quebra da democracia. Ficou muito claro que o ministro fugiu da gente”.

Segundo o presidente do CRM-MS, Alberto Cubel Brull Junior, é um absurdo o ministro se apresentar para falar sobre o “Programa Mais Médicos” e ignorar as reivindicações da classe médica. “Não podemos deixar que utilizem a saúde pública para fazer propaganda eleitoral mentirosa”, disse o Dr. Brull Junior.

Se dependesse só do Mais Médicos, parece que nenhum candidato do PT seria eleito…

4 COMENTÁRIOS

  1. A questão da Saúde, como a questão da Educação, e outras tantas questões a serem solucionadas no Brasil e nos Estados da Federação, existem, e são graves. Mas, não se quer solucioná-las. As soluções estão à mão, é só QUERER APLICÁ-LAS.
    NÃO, NÃO E NAO. SÓ SE QUER FAZER POLÍTICA, E POLÍTICA A MAIS RASTEIRA, ESSA QUE NÓS VEMOS TODOS O DIAS.

  2. O Brasil necessita além de novas infraestruturas para a Saúde, também precisa duplicar a quantidade de médicos em seu território.
    Essa estória que mais médicos não são necessários no Brasil é uma farsa da AMB, os quais não apresentam soluções para acabar com a vinda de médicos cubanos, que fazem com que o governo castrita seja beneficiado com os altos valores enviados, disfarçados de pagamentos aos seus funcionários de saúde.
    Que tal se fosse criada um novo Hospital Universitário em cada Estado brasileiro? Em dez anos começaríamos a ter médicos suficientes para a saúde desta Nação. Mas também necessitamos de muitos postos de saúde e pequenos hospitais polivalentes no interior do nosso território.
    Esta AMB impede ou faz os possíveis para evitar que médicos de países desenvolvidos, venham exercer sua atividade em território brasileiro. A Medicina tem que ser e estar globalizada neste Brasil!

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