Sete hipóteses sobre as metas dos coordenadores dos rolezinhos

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Salvo pequenas exceções, até agora os aparentemente finados rolezinhos se apresentaram e se portaram como movimento pacífico. Isto torna mais difícil determinar-lhe os fins, pois parece uma manifestação sem finalidade.

Ficou demonstrado e reconhecido o óbvio, ou seja, que há uma coordenação por detrás. É necessário saber quais seus objetivos. Não de cada rolezinho, é claro, pois há muito bobinho mero farrista, mas das lideranças invisíveis. Existe provavelmente um plano, o qual provavelmente é um item de outro plano. Para facilitar a leitura e a reflexão do leitor preocupado ou curioso, dou algumas possíveis linhas desse intento sob a forma de meras hipóteses numeradas:

              1.      Fornecer assunto quente e de uso imediato para a midiagogia, ou seja, a demagogia da mídia, a demagogia de certos meios de comunicação social.

             2.      Desviar as atenções gerais de algo desagradável para a esquerda, no momento. Por exemplo, a crise atual da Economia, o fracasso do MST, apagão, “médicos cubanos”, etc.

             3.      Treinamento dos inocentes úteis para o momento em que for oportuno substituí-los por homens violentos, armados ou não, tipo black blocks ou outros. O treinamento pode ser incruento e invisível, mas depois…

             4.     Preparação do público dos shoppings, e os funcionários das lojas, para esse momento. Muita gente não está entendendo o que está acontecendo. Pura bagunça? Acredite se quiser.

             5.     Acostumar o povo em geral para  movimentações pacíficas, mas cheios de nervosismo e carregadas de eletricidade. Carregadas de eletricidade e nervosismo.

             6.      Manobra comunista de guerra psicológica evolucionária: instigar a luta de classes. Os proletários “que nada possuem” se revoltariam diante do “luxo espantoso” dos shoppings. Há um tanto de comunismo latente. Três dos principais rolezeiros filiaram-se à União da Juventude Socialista (UJS), entidade que representa a juventude do PC do B e dirige a UNE.[1]

            7.      Promover o caos. Como diz Plinio Corrêa de Oliveira – patrono deste site – em “Revolução e Contra-Revolução”, é  indispensável “pôr um pouco de clareza e de ordem num horizonte em cujos quadrantes o que cresce principalmente é o caos”.[2] Ele se preocupava muito com a situação da opinião pública, face ao caos.            

Não sei se estou mal informado, mas não soube de nenhum pronunciamento expressivo a respeito provindo da esquerda e centro clericais.  Se estou enganado, dou a mão à palmatória. Mas nada de pronunciamentos impactantes de Bispos, de agitação de Padres, ou atitudes pregando a ordem. Como o interpretar este silêncio? Quem cala, consente? Eles estão de acordo com o que está acontecendo? Ou nada têm a ver?

Pode também acontecer que subitamente os rolezinhos saiam de moda, se é que já não saíram, e os shoppings voltariam a seu ambiente costumeiro. “Acho que não vamos mais fazer. Não tem mais lugar”, disse Tharcisio Henrique Macedo, de 16 anos, um dos organizadores[3]. Será mesmo?

Seria um alívio geral.

Num ambiente de caos, tudo pode acontecer. Se está encerrado ou se o episódio está se encerrando, cabe um balanço. É o que procurei apresentar.

 


[1] OESP, 31-1-2014.

[2] Parte III. Edição do cinquentenário, p. 159.

[3] OESP, 3-2-2014.

 

6 COMENTÁRIOS

  1. Encontra muito plausíveis as várias hipóteses. Entendo que tais hipóteses formam um conjunto como as varetas de um leque que unidas por uma matéria uniforme constituem uma única peça, o leque. Que utilizadas por mão invisível produzem ventos que vão derrubar os restos de ordem existente.

  2. Isto tem que ser levado a serio porque é só a ponta de um iceberg e sem dúvida nenhuma são movimentações e ações bem coordenadas, então os serviços de inteligência do bem tem que começar a trabalhar a exaustão para preservar o BRASIL do planejamento traçado pelos atos terroristas visando um futuro nada promissor.CUIDADO !!

  3. Srs.,

    Torna-se CLARO que esses “movimentos” nada tem de pacíficos. Quem
    promove “isso” é pró teoria do quanto pior melhor. A falta de investimentos no setor EDUCAÇÃO, gerou pessoas semi-alfabetizadas
    úteis para esses movimentos.

    PAZ E BEM À TODOS.

  4. “Ficou demonstrado e reconhecido o óbvio, ou seja, que há uma coordenação por detrás. É necessário saber quais seus objetivos.”

    Sabe o que há por detrás dos rolé(zinhos)? São as políticas erradas dos governos extremistas que governam(PT) ou governaram(ditadura militar) este País!
    Estes jovens não têm Educação Escolar, Cultura, Desporto ocupacional, não têm algo de consistente para o seu lazer. As prefeituras não investem em desporto escolar, em escolas técnico-profissionais, nas zonas rurais não existem investimentos em escolas técnico-agrícolas para que essa população contribua para o desenvolvimento econômico-social e não “invada” o perímetro urbano com mais favelas.
    Um espelho do abandono da Educação escolar por parte do governo são os 50% de analfabetismo funcional dos estudantes universitários que infelizmente grassa por este Brasil.
    E teria muito mais para falar sobre a falência sócio-cultural a que este país está votado.

  5. Ouvi na Vos do Brasil, que o governo vai mandar um representante para cada cidade sede da copa do Mundo para discutir com os líderes dos movimentos sociais que promovem protestos contra a realização daquele evento!
    O mais incrível nesta estória, é que o governo sabe o nome e o endereço dos líderes dessas organizações, aliás até reconhece a existência dessas organizações, como vai mandar um representante, deve saber até o endereço onde elas tem sua sede. Se vai propor um “armistício” o local mais adequado seria Paris!
    Como temos um governo super bem informado, ele deve saber o nome e endereço das organizações que promovem os rolezinhos, e mais
    ainda, deve saber qual a sua motivação, de onde eles estão saindo
    e para onde querem chegar!

  6. Aqui em nossa região dizemos que quando “se lança um balão de ensaio” é “boi de piranha”. Tradução: é ensaio de alas para o que vem depois. Ficou claro que existe uma capacidade de mobilização em teste e aperfeiçoamento. A luta de classes é a base. O cenário 2014 promete. A sociedade civil ordeira e progressista não pode continuar neste marasmo passivo. A paz é exigente. É preciso que cuidemos e muito bem dela, enquanto ainda é tempo. Amanhã pode ser tarde. Imaginem estes “rolezinhos” com outros personagens não tão “ingênuos” em outras fontes e pontos nevrálgicos da infraestrutura urbana de qualquer metrópole brasileira. Parece até que não temos órgãos e instituições que usam a inteligência para antecipação e neutralização desses planos que vão sendo testados e implantados descaradamente. As polícias já estão manietadas? Este é um estágio característico da “cartilha passo a passo”.

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