O Sínodo pretende dar rumo a um rompimento com a doutrina católica, ao apresentar a Igreja com uma face tribalista, uma espécie de teologia da libertação indigenista e ecológica de inspiração marxista. Ou seja, uma verdadeira desfiguração da face sacrossanta da Igreja Católica.
“Herético e apóstata”. Com esses fortes adjetivos, o Cardeal Walter Brandmüller caracterizou o documento de trabalho do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, que reunirá em outubro próximo, em Roma, cerca de 250 prelados para discutir questões relacionadas aos povos indígenas e ecologismo.
E o Cardeal Gerhard Ludwig Müller, além de caracterizar tal Sínodo como herético, afirmou que ele “é também uma estupidez”, e está sendo preparado por “cegos que caem no abismo. Mas se alguém os critica, fica imediatamente marginalizado, qualificado como inimigo do Papa”.
Por sua vez, Dom Franz-Josef Overbeck, bispo alemão de orientação progressista, declarou que após esse Sínodo “nada ficará como era antes” na Igreja Católica, pois o papel das mulheres, a moral sexual, o papel do sacerdócio e toda a estrutura da hierarquia eclesiástica serão reconsiderados.
Por esses posicionamentos, pode-se imaginar o tamanho do passo que esse Sínodo pretende dar rumo a um rompimento com a doutrina católica, ao apresentar a Igreja com uma face tribalista, uma espécie de teologia da libertação indigenista e ecológica de inspiração marxista. Ou seja, uma verdadeira desfiguração da face sacrossanta da Igreja Católica.
Misturando noções de cristianismo com o paganismo indígena, e preferências pela selva, pelo subdesenvolvimento, pela ecologia e pelos costumes tribais — por exemplo, acatando as diabólicas superstições dos silvícolas — o “comunitarismo” dos promotores dessa assembleia de bispos colabora para a erosão dos fundamentos da fé católica. Além de menosprezarem a doutrina católica, evidenciam uma ruptura com o modelo tradicional de evangelização, como ordenado por Nosso Senhor Jesus Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 15-16).
Tais neomissionários não pregam a conversão dos silvícolas, nem desejam que eles progridam e sejam inseridos no mundo civilizado, mas querem mantê-los no paganismo e estagnados em seu estado primitivo. Privando-os da fé católica e dos meios sobrenaturais para a salvação, esses neomissionários transformariam a região amazônica num lugar administrado por ONGs nacionais e internacionais, mantendo os índios como animais de um “zoológico humano” — a expressão esclarecedora foi recentemente empregada pelo Presidente Bolsonaro.
Na matéria principal da edição da revista Catolicismo* [capa acima] deste mês, o articulista José Antonio Ureta denuncia como objetivo do Sínodo o estabelecimento de uma nova “igreja amazônica”, a caminho da ruptura com a verdadeira Igreja e com seu Magistério multissecular. Rejeitar categoricamente tais objetivos, e batalhar para que eles não avancem, é um dever imperioso de todos os verdadeiros católicos.
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