Sínodo dos Bispos, igualdade na Igreja e o livro Em Defesa da Ação Católica

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Quem diria, 80 anos depois, erros inviscerados na Ação Católica — denunciados pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro Em Defesa da Ação Católica — renasceriam em alas progressistas durante o Concílio e fossem referendados pelas normas do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, em 2023. Vejamos essa confirmação nas declarações de Mons. Schneider.

(LifeSiteNews) - O bispo Athanasius Schneider pediu ao Papa Francisco que rescindisse as novas normas do próximo Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, que ocorrerá em outubro de 2023 em Roma, que concede direitos iguais de voto a bispos e leigos. Schneider denunciou as inovações como uma “novidade radical” que “minam a constituição divina da Igreja, conformando-a mais a um modelo protestante ou mesmo secular”.

Conceder direitos iguais, durante o Sínodo, para bispos e leigos em matéria de voto, é estabelecer nessa Assembléia, a tão amada arma da Revolução: o igualitarismo; no caso concreto, igualdade entre leigos e bispos.

Na Ação Católica (1943) tendia-se a nivelar padres e leigos

A Igreja católica, segundo o ensinamento dos Papas, e especialmente de São Pio X condenando erros modernistas a esse respeito, ensina que Ela mesma é dividida em dois setores: um é da Igreja docente, hierárquica, tem o poder de ensinar de governar, de santificar. A Igreja dicente, nós leigos fiéis, somos ensinados, governados e santificados.

"Como se sabe, Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu a Igreja como uma sociedade hierárquica, na qual, segundo o ensinamento de São Pio X, a uns cabe ensinar, governar e santificar, e a outros ser governados, ensinados e santificados (cfr. Encíclica “Vehementer”, de 11-
2-1906).
"Como é natural, essa distinção da Igreja em duas classes não pode ser do agrado do ambiente moderno modelado pela Revolução. Não é de surpreender, pois, que em matéria de Ação Católica tenha aparecido uma teoria que, em última análise, tendia a nivelar o Clero e os fiéis." https://www.pliniocorreadeoliveira.info/EmDefesadaA%C3%A7%C3%A3oCat%C3%B3lica_R_04_2011.pdf

O protestantismo levantou-se contra essa hierarquia na Igreja. Este desejo extremo da igualdade, ora maior ora menor, é uma característica das várias seitas protestantes.

Essa tendência para a igualdade completa foi contida, no que diz respeito à Igreja Católica, pela Contra-Reforma, da qual tenha sido talvez o maior vulto o grande Santo Inácio de Loyola. O Concílio de Trento conteve através da Contra-Reforma esse movimento igualitário dentro da Igreja, comenta o Prof. Plinio.

Declaração da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos

Continua LifeSiteNews: “Em uma declaração à imprensa em 26 de abril, a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade divulgou mudanças anunciadas na composição do Sínodo de outubro de 2023 em Roma. De acordo com as mudanças, 10 clérigos seriam substituídos por cinco religiosos e cinco religiosas, e os auditores seriam substituídos por 70 membros não episcopais escolhidos pelo Papa, todos com direito a voto nos trabalhos sinodais, em um movimento que vai contra o direito anteriormente exclusivo dos bispos de votar em um Sínodo.

Questionado sobre essas novas normas por Diane Montagna em uma entrevista publicada pelo Catholic Herald, o bispo Schneider disse que a mudança “representa uma novidade radical na história da Igreja Católica”.

Essa “novidade”, comentamos, vai na linha da igualdade pregada e imposta por Lutero.

“Um sínodo de bispos é um instrumento pelo qual a hierarquia exerce seu ofício de ensino e governo”, explicou [D.] Schneider, insistindo que os direitos de voto em um sínodo de bispos devem refletir a distinção entre o sacerdócio ministerial da hierarquia da Igreja e o sacerdócio comum de todos os batizados.”

Exatamente isso, a Hierarquia faz parte da Igreja docente, ela ensina, governa, santifica.

“Parlamento democrático e igualitário”

“Embora os leigos possam ser convidados a participar de um sínodo para dar seu conselho, as normas de votação de um sínodo sempre refletiram a diferença essencial entre o sacerdócio hierárquico/ministerial e o comum. Conceder aos leigos o mesmo direito de voto que os bispos mina a estrutura hierárquica da Igreja e se assemelha mais às normas dos sínodos da comunidade anglicana e de outras comunidades protestantes, onde clérigos e leigos têm direitos iguais de voto”.

Exatamente isso que apontamos.

Schneider continuou: “O próprio fato de os leigos votarem junto com os bispos em questões relacionadas à fé e à disciplina da Igreja é revelador e transmite uma mensagem doutrinária altamente ambígua. Além disso, o fato de a votação na assembleia de outubro de 2023 em Roma ser meramente consultiva não diminui a verdade de que o próximo sínodo se assemelha a um parlamento democrático ou igualitário, em vez de uma hierarquia monárquica estabelecida por Nosso Senhor Jesus Cristo”. 

Orgulho e Sensualidade

No livro Revolução e Contra-Revolução — cuja leitura recomendamos a nossos leitores — está demonstrado que Orgulho e Sensualidade (Pride and Sensuality) são as forças propulsoras da Revolução. A agenda lgbt estabeleceu exatamente o chamado “mês do orgulho” e nós acrescentamos, “mês da sensualidade”. Em outras palavras “mês do orgulho e da sensualidade”, mês das molas propulsoras da Revolução.

Vejamos o que denuncia D. Schneider sobre a sensualidade, sobre ordenação de mulheres (igualitarismo) e aceitação da ideologia e estilos lgbt (sensualidade).

Abordando os problemas doutrinários dos processos e documentos do próximo sínodo - que incluem propostas para a ordenação de mulheres e a aceitação da ideologia e estilos de vida LGBT - o bispo do Cazaquistão comparou a crise doutrinária que a Igreja enfrenta atualmente à crise da heresia ariana, que viu infidelidade generalizada, confusão e fraqueza entre o episcopado.

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Lembra D. Schneider que as atuais propostas do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade estão infectadas por uma capitulação ao mundo que nada mais é do que o espírito do Modernismo, uma heresia condenada por vários papas”.

Aceitação dos erros do “mundo moderno”

Esse é mais um dos erros infiltrados na Ação Católica e denunciados pelo Dr. Plinio Corrêa de Oliveira: a capitulação dos católicos face aos erros do mundo moderno.

“O desejo desenfreado dos prazeres, enervando as forças da alma e corrompendo os bons costumes, destrói pouco a pouco a consciência do dever. De fato, não são senão por demais numerosos, hoje em dia, aqueles que, atraídos pelos prazeres do mundo, nada abominam mais vivamente, nada evitam com maior cuidado do que os sofrimentos que se apresentam, ou as aflições voluntárias da alma ou do corpo, e se conduzem habitualmente, segundo a palavra do Apóstolo, como os inimigos da Cruz de Cristo. Ora, ninguém pode obter a beatitude eterna se não renuncia a si mesmo, se não carrega a sua cruz e não segue a Jesus Cristo”. (Pio XI – Carta “Magna Equidem” de 2 de Agosto de 1924). https://www.pliniocorreadeoliveira.info/EmDefesadaA%C3%A7%C3%A3oCat%C3%B3lica_R_04_2011.pdf

São Pedro, os Papas Santos roguem pela Santa Igreja e pelos fieis. Nosso Senhor instituiu a Santa Igreja na forma monárquica, deu à Hierarquia e somente à ela o poder de ensinar, governar e santificar.

Fonte: https://www.lifesitenews.com/news/bp-athanasius-schneider-appeals-to-pope-to-revoke-lay-voting-rights-before-synod-on-synodality/?utm_source=top_news&utm_campaign=usa

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