A História das Revoluções igualitárias é sempre essa: numa primeira fase radicais e moderados se aliam para a tomada do Poder. Em seguida os radicais degolam os moderados.
Kerensky, na Rússia, um governo tampão, provisório e foi derrubado pelos comunistas. Na Revolução Francesa, os girondinos votaram a morte do Rei e foram, mais tarde, decapitados pelo Terror.
Notícia do Estado de São Paulo: “O apresentador de um programa popular de rádio, O Combate do Povo, sempre elogiou disciplinadamente o Partido Socialista que governa a Venezuela, mesmo enquanto milhões passavam a viver na penúria sob o regime. Quando uma aguda escassez de gasolina paralisou seu remoto vilarejo de pescadores, Güiria, ele abandonou a linha do partido.”
“José Carmelo Bislick, socialista de longa data, acusou os diretores locais do partido de terem desviado combustível e obrigado a maioria da população a ficar em fila durante dias diante dos postos de gasolina vazios.”
“Semanas mais tarde, em 17 de agosto, quatro homens mascarados e armados invadiram a casa de Bislick dizendo que ele tinha “avançado no sinal vermelho”, antes de espancá-lo diante da família e levá-lo na calada da noite. Ele foi encontrado baleado quatro horas mais tarde, vestindo sua camisa Che Guevara.”
“Os assassinos de Bislick ainda não foram localizados. O prefeito, socialista, jamais mencionou o crime nem visitou a família. “Denunciar irregularidades é tão grave a ponto de custar a vida de um homem que só queria o bem-estar social?”, indagou a irmã, Rosmery Bislick.”
Até a esquerda “moderada” se levanta contra Maduro
“A morte dele parece ser parte de uma onda de repressão contra esquerdistas que se afastaram do presidente, Nicolás Maduro, determinado a consolidar seu poder nas eleições parlamentares de 6 de dezembro. A eleição, boicotada pela oposição, pode levar uma das democracias mais tradicionais da América Latina a se aproximar de um Estado de partido único.”
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Partido único, lembramos, é a peça chave dos regimes comunistas. Na China de Xi Jinping o PCCh controla tudo, não há Oposição, nem eleições. E, por uma contradição aberrante, alimentada pela Midia, o regime ditatorial chinês não provoca as mesmas reações no Ocidente que se levantam contra Maduro, Cuba, ou Coreia do Norte.
“Quem faz críticas acaba vinculado à oposição, à direita, é chamado de traidor”, disse Ares Di Fazio, ex-líder da guerrilha urbana e líder do Partido Tupamaros, de extrema esquerda, desmontado pelo governo em agosto após manifestar seu descontentamento.
Até “membros da aliança eleitoral do governo, que decidem se candidatar como independentes, são impugnados. Aqueles que insistem são assediados pela polícia ou acusados de crimes espúrios.” […]
““Alguns convivem com um embargo, enquanto outros fazem compras em butiques”, disse Oswaldo Rivero, destacado ativista da esquerda venezuelana e apresentador de TV, que passou anos fazendo ataques à oposição.”
Outros ex aliados perseguidos
“Aliados como ele ficaram cada vez mais desiludidos com o autoritarismo. Este ano, pela primeira vez, decidiram apresentar seus próprios candidatos ao Congresso. Maduro respondeu rapidamente. Em agosto, os tribunais colocaram pessoas fiéis a Maduro no alto escalão do Partido Tupamaros e de três outras agremiações.”
“A polícia deteve o diretor do Partido Tupamaros, José Pinto, acusado de assassinato (sem nenhuma prova), assediou as lideranças do Partido Comunista e deteve brevemente um esquerdista veterano, Rafael Uzcátegui, de 73 anos, sob acusação de ter visitado um bordel. Todos os réus se disseram vítimas de perseguição política.”
“Uzcátegui alega que 37 membros do seu partido, Pátria para Todos, foram detidos por fazer campanha contra o governo nas próximas eleições. Quatro deles tinham pichado uma parede com a mensagem “Salário digno já”, um apelo para que o salário mínimo da Venezuela seja aumentado (atualmente, equivale a US$ 2 na moeda local). “O governo não teme mais a direita”, disse Uzcátegui. De acordo com ele, a esquerda é temida “porque eles sabem que estamos dizendo a verdade ao povo”.”
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A notícia prossegue mostrando que o descontentamento com Maduro se extende agora às areas rurais, “mais pobres, que há muito formam a base de apoio do governo. Os manifestantes, muitos deles antigos defensores do chavismo, exigiam comida, combustível e eletricidade, e não mudanças políticas.”
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A opção para a Venezuela não é trocar um extremista, como Maduro, pelos seus aliados socialistas de ontem.
É necessária uma reação autêntica, com base no direito de propriedade, livre iniciativa e Valores Morais. Uma reação como a brasileira que desbancou o PT do poder e tenta re-edificar o Brasil na linha das tradições cristãs de nossa civilização.
Os fundamentos de uma Nação são os Valores Morais. A Lei Natural, posta por Deus na alma humana, foi explicitada nos Dez Mandamentos que por sua vez é a base sólida de qualquer regeneração social, política, moral.
Nossa Senhora Aparecida nos guie na restauração da Terra de Santa Cruz.
Fonte: Estado de S. Paulo, sábado, 21 de novembro de 2020
Repressão chavista agora mira a esquerda