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Este “novo mapa da Venezuela” foi apresentado no dia 5 de dezembro pelo ditador Nicolás Maduro. Como se vê na foto, a região de Essequibo — mais de dois terços do território da Guiana, muito rico em petróleo, gás e minérios — foi incorporada ao território venezuelano numa canetada.
Após realizar um plebiscito (fraudulento) no dia 3 de dezembro, Maduro escreveu:
- “Imediatamente ordenei publicar e levar a todas as escolas, colégios, Conselhos Comunitários, estabelecimentos públicos, universidades e a todos os lares do país o novo mapa da Venezuela com a nossa Guiana Essequiba. Este é o nosso querido mapa!”.
Ele falou em invadir Essequibo e, violando o direito internacional, criou por decreto o “Estado venezolano de Essequiba”. Ademais, nomeou um governador para a parte territorial anexada e estabeleceu um setor da estatal Petróleos de Venezuela A.S. para a “exploração de recursos naturais em todo o território e todos os seus mares”.
Como é público e notório, além do estreito vínculo que mantém com Cuba e Nicarágua, o regime venezuelano é aliado da China, da Rússia e do Irã, cujos governos o ajudam como “cabeça de ponte” para penetrarem em nosso continente. Penetração que projetam ser a mais profunda possível, sobretudo para fazer face aos Estados Unidos.
O povo venezuelano está faminto, quarta parte da população fugiu do país para não morrer de fome, enquanto não falta dinheiro para o exército. A Venezuela é a sexta nação do mundo que mais investe em poderio militar, graças aos três países mencionados, que podem estar por detrás do atual conflito junto às nossas fronteiras.
Por ocasião da Guerra das Malvinas, comentando em artigo para a “Folha de S. Paulo” (22-5-1982) aquele conflito entre a Argentina e a Inglaterra, Plinio Corrêa de Oliveira levantou a hipótese de um plano para “vietnamizar a América do Sul”, sobretudo devido ao fato de que a Rússia comunista estava dando respaldo à Argentina.
Malvinas serviu de pretexto para a Rússia tentar meter suas garras em terras platinas e, a partir delas, agarrar outras partes da América do Sul. Agora, com a disputa entre a Venezuela e a Guiana por Essequibo, a hipótese não poderia deixar de ser levantada.
Neste caso, poder-se-iam aplicar as palavras finais do citado artigo:
- “Hipóteses, sim. Mas com o terrível ar de verossímeis. E que explicariam em profundidade como, repetindo a jogada malvina ao longo da costa pacífica, Moscou esperaria talvez vietnamizar todo o Continente!”.
Atualmente, além de Moscou, poderíamos acrescentar Pequim e Teerã no plano de um novo “Vietnã” em nossas fronteiras.