Santa Maria Maior é uma das quatro grandes basílicas de Roma, a maior igreja mariana da Cidade Eterna. Chama-se “maior” desde o século VIII ou IX, por causa da sua antiguidade e dignidade. Sua dedicação, neste dia, é assinalada com um privilégio raro no Martirológio Jeronimiano, o mais antigo catálogo dos mártires cristãos da Igreja Católica, que deve seu nome ao fato de ter sido atribuído a São Jerônimo.
Ela foi a primeira igreja do Ocidente a ser dedicada a Maria Santíssima, em honra a Jesus Cristo. Por isso tem uma celebração específica na liturgia católica, que é a de hoje, que é a festa de sua Dedicação.
“Depois do Tratado de Latrão de 1929, firmado entre a Santa Sé e o Reino da Itália, Santa Maria Maggiore permaneceu como parte do território italiano, e não do Vaticano. Porém, a Santa Sé é proprietária do edifício e do terreno onde ele está, e o governo italiano é obrigado, legalmente, a reconhecer este fato e a conceder a ela a imunidade concedida pelo Direito Internacional às embaixadas de agentes diplomáticos de estados estrangeiros” (pt.wikepedia).
Segundo piedosa lenda medieval, sob o pontificado do papa Libério (352-366), dois piedosos esposos do patriciado romano, ricos e sem filhos, ofereceram sua herança a Nossa Senhora, suplicando-lhe instantemente que se dignasse indicar-lhes como empregá-la. A Santíssima Virgem agradou-se do voto e, na noite de 5 de agosto, época em que em Roma o calor atinge o máximo, advertiu-os em sonho que construíssem uma igreja em sua honra sobre o monte Esquilino onde, ao amanhecer, haveriam de encontrar neve. Os dois esposos foram comunicar a aparição ao Papa que, comprovado o milagre da neve prodigiosa sobre o monte, nele fez construir, às custas dos piedosos esposos, a magnífica igreja de Santa Maria das Neves.
Esta primeira basílica foi destruída no século seguinte, e substituída pela de Santa Maria Maior. Foi consagrada por Xisto III em 432 na sequência do Concílio de Éfeso que, em 431, acabava de proclamar a verdade de fé da maternidade divina de Nossa Senhora, negada pelos hereges arianos.
Santa Maria Maior é uma das mais belas e mais importantes basílicas de Roma. A nave principal é formada por duas filas de 44 colunas de mármore branco, encimadas por preciosos mosaicos antigos. O teto está revestido como o primeiro ouro vindo da América.
É nesta igreja que se inaugura o ano litúrgico no primeiro domingo do Advento. É nela também que se faz a estação do Natal (missa da meia-noite e missa do dia), da Páscoa, da segunda-feira de Rogações, e todas as quartas-feiras das Têmporas.
Essa basílica já foi conhecida como Santa Maria do Presépio (em latim: Sancta Maria ad Praesepe), em referência às relíquias da manjedoura de Jesus que são nela abrigadas, e que consistem em quatro tábuas de sicômoro que, juntamente com uma quinta tábua, teriam sido levadas para lá na época do papa Teodoro I (reinou de 640 a 649). Esse nome aparece nas edições tridentinas do Missal Romano como o local (ou a “estação”) da missa do papa na noite do Natal.
Nessa basílica estão os restos mortais de São Jerônimo e do papa inquisidor, São Pio V.
Essa basílica, bem como as outras de Roma, mostra como a piedade dos fiéis em tempos passados se manifestava na construção de grandes e ricos templos, que até hoje são a admiração de pessoas do mundo todo. Infelizmente, com a decadência da fé, já não se constroem mais monumentos como esses, e mesmo esses são visitados mais como lugares turísticos, do que locais de piedade e oração.