Há uma força intrínseca do Catolicismo contra a qual — desde Nero até Xi Jinping, passando por Hitler e Stalin — se levantaram em vão os ditadores.
Esse potencial, que se transforma em ato, é inerente à própria doutrina e ensinamento de Nosso Senhor porque se baseia na Lei Natural: “Anima humana naturaliter christiana” (A alma humana é naturalmente cristã), escreveu Tertuliano. “Anima humana naturaliter catholica” …
Um movimento contrarevolucionário que remonta ao século XIX
Partindo de um outro quadrante, recente artigo publicado por Fabio Zanin reproduzindo os professores Rodrigo Coppe Caldeira, da PUC-MG e Rodrigo Toniol, da Unicamp, sobre o catolicismo brasileiro e a direita, põe em relevo a força intrínseca e atual do conservadorismo católico. (1)
De propósito ressaltamos a força intrínseca do catolicismo conservador, não apenas episódica, pois vai além da reação antipetista, a partir de 2013.
Diz o artigo: “Bebendo na tradição contrarrevolucionária francesa, toda uma estirpe de pensamento e ação antimoderna brasileira foi sendo gestada desde a década de 1920, com, entre outros, Jackson de Figueiredo, Gustavo Corção e Plinio Corrêa de Oliveira. O último liderou desde meados dos anos 1930 um grupo de militantes católicos, incluindo clérigos, que desembocou na criação da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, a TFP, em 1960.”
Sim, a TFP acaba de completar 60 anos de fundação, e sua atuação no Brasil em prol dos valores conservadores, antiprogressistas, a favor da Tradição, Família e Propriedade. https://ipco.org.br/tradicao-familia-propriedade/
Continua o artigo: “Por enquanto, o que podemos reconhecer é que esse alinhamento (de várias forças conservadoras) se reforça a partir de um horizonte teológico e de uma atitude psicopolítica.”
O pensamento dos professores fica mais claro adiante: “Em termos teológicos, os grupos católicos que passaram a demonstrar alguma atuação mais contundente nos últimos anos no Brasil tomam para si a curiosa missão de recristianizar o catolicismo.”
“Recristianizar, nesse caso, é sinônimo de restaurar uma ordem perdida após a despressurização distensora com a modernidade levada pelo Concílio Vaticano 2º (1962-1965). A revolução teológica que se coloca no horizonte desses atores é a contrarrevolução, a restauração.”
Restaurar a cultura e civilização católica
Continua o artigo: “Se há algo novo nessa atitude, ela não está em seus efeitos para o campo da religião, mas sim nos contornos da linguagem política que ela assumiu no mundo do século 21.”
Linguagem política signfica transpor para o campo temporal os princípios da doutrina católica. Escreveu o Prof. Plinio: “O ideal da Contra-Revolução é, pois, restaurar e promover a cultura e a civilização católica.”
“O elemento fundamental da cultura católica é a visão do universo elaborada segundo a doutrina da Igreja. Essa cultura compreende não só a instrução, isto é, a posse dos dados informativos necessários para uma tal elaboração, mas uma análise e uma coordenação desses dados conforme a doutrina católica.”
“Ela não se cinge ao campo teológico, ou filosófico, ou científico, mas abrange todo o saber humano, reflete-se na arte e implica na afirmação de valores que impregnam todos os aspectos da existência.”
“Civilização católica é a estruturação de todas as relações humanas, de todas as instituições humanas, e do próprio Estado, segundo a doutrina da Igreja.” https://pliniocorreadeoliveira.info/RCR01.pdf
Noção de Revolução e Contra Revolução
Na reação conservadora tomou corpo, cristalizou-se a ideia de Revolução: ideologia de gênero, aborto, ecologia integral, MST, TL etc se identificam com a noção de Revolução.
Continua o artigo: “Como exemplo, basta lembrar da pauta relativa à chamada ideologia de gênero, um tema cuja mobilização inicial foi sobretudo católica.”
“Com ela não se abandona o debate secular impondo a ele contornos religiosos, mas se assume uma espécie de secularismo estratégico, capaz de acomodar a defesa por uma ordem moral universal em termos de direito, o direito da maioria cristã. É assim que a vontade teológica da restauração ecoa na atitude política de reivindicação desse novo tipo de cidadania.
“Se é a nova direita o que nos interessa como analistas, é preciso reconhecer os ecos da história que nela ressoam. E, nesse caso, poucos passos são possíveis enquanto a força do catolicismo conservador estiver eclipsada em nossas reflexões.”
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Quanta razão têm os professores Coppe Caldeira e Rodrigo Toniol, — autores do artigo –, ainda que observadores situados em outro quadrante: “é preciso reconhecer os ecos da história que nela ressoam”.
Seja esse renascimento conservador católico o eco dos passos de Nossa Senhora na História, conforme prometido em Fátima: “Por fim meu Imaculado Coração Triunfará!”
Católicos conservadores, aqui está nossa missão: alteemos nossas vistas, nossas preces, nossas santas ousadias em defesa da Contra Revolução.
[…] aproveitando a ocasião, esse artigo nos permite colocar em foco, novamente, a força do Brasil real, verdadeiro e […]