As raízes anti-humanas do movimento ambientalista (I)

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    Luis Dufaur

    Lew Rockwell

    Há meses recebemos importante ensaio vertido ao português de autoria de Lew Rockwell, presidente do Ludwig von Mises Institute, em Auburn, Alabama, e editor do website LewRockwell.com, autor dos livros Speaking of Liberty e The Left, the Right, and the State.

    O artigo foi publicado no site do Instituto Ludwig Von Mises Brasil. A tradução é de Leandro Augusto Gomes Roque. Os sublinhados são nossos.

    A extensão desse trabalho dificultou a publicação no nosso site. Mas neste período em que os pregadores do alarmismo quebram a cabeça para achar novos pretextos e seus políticos protetores, ameaçados pela vontade popular em diversas eleições, silenciam seus planos ambientalistas, há um tempo para difundirmos este valioso ensaio.

    As raízes anti-humanas do movimento ambientalista

    Por Lew Rockwell

    Como o socialismo, o ambientalismo combina uma religião ateísta com um estatismo virulento. Existe, porém, uma diferença: o marxismo ao menos fingia ter alguma preocupação com seres humanos.

    O novo socialismo

    Em todo o mundo, os marxistas estão se juntando ao movimento ambientalista. Algo que não é nada surpreendente, diga-se de passagem: o ambientalismo também é uma utopia coerciva – uma tão impossível de ser atingida quanto o socialismo e tão destrutiva quanto, em seu processo de implementação.

    Um século atrás, o socialismo havia vencido. Embora Marx já estivesse morto e Lênin ainda fosse apenas um escrevinhador frustrado, a doutrina de ambos era a vitoriosa simplesmente porque ela controlava algo mais importante do que governos: ela detinha o monopólio das virtudes morais.

    O socialismo representava, diziam eles, a fraternidade dos homens na forma econômica. Essa era a maneira mais aveludado de levar as pessoas para o gulag.

    Atualmente estamos enfrentando uma ideologia tão impiedosa, cruel e messiânica quanto o marxismo. E assim como o socialismo de cem anos atrás, a atual ideologia também é detentora de todas as virtudes morais. Não se trata de uma fraternidade dos homens, já que vivemos em tempos pós-cristianismo; trata-se da fraternidade dos bichos e das árvores.

    Como o socialismo, o ambientalismo combina uma religião ateísta com um estatismo virulento. Existe, porém, uma diferença básica entre ambos: o marxismo ao menos fingia ter alguma preocupação com seres humanos; já o ambientalismo é saudoso do ímpio, desabitado e tedioso Jardim do Éden.

    Se essas pessoas fossem apenas cultistas excêntricos, do tipo que compram acres e acres de matas inóspitas para lá viverem como primitivos, não estaríamos ameaçados. O problema é que eles querem utilizar o estado, e até mesmo um estado mundial, para atingir seus objetivos e nos obrigar a viver exatamente o estilo de vida que cultuam.

    Como Marx e Lênin, eles são herdeiros de Jean Jacques Rousseau. Os cantos de glória proferidos por Rousseau ao estatismo, ao igualitarismo e à democracia totalitária moldaram a esquerda por mais de 200 anos. Tendo sido um idólatra da natureza e exaltador do primitivo, ele foi também o pai do ambientalismo.

    Durante o Reino do Terror, os rousseaunianos constituíram aquilo que Isabel Paterson chamou de “humanitários com guilhotinas”. Hoje estamos lidando com coisa pior: arvoritários com pistolas.

    A religião antiga

    Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc foto Antonio Cruz-ABr

    Os antigos pagãos viam deuses na natureza selvagem, nos animais e no estado. O ambientalismo moderno compartilha dessa crença, e acrescenta ‒ cortesia daquela influência que mistura elementos hindus, californianos e da Nova Era ‒ um ódio à humanidade e às religiões ocidentais que colocam o homem como o centro da criação.

    O ambientalismo também possui raízes no deísmo – o ateísmo prático do Iluminismo -, o qual negava a Encarnação e pregava venerações à natureza.

    A ordem natural é superior à humanidade, escreveu o ecologista John Muir há mais de um século, pois a Natureza “nunca perde sua grandeza e nunca se deprava”, e o homem é sempre e em todo lugar uma “influência maligna e destruidora”.

    Portanto, concluiu o odiento Muir, jacarés e outros predadores deveriam ser “abençoados hoje e sempre com suas bocas chias de homens gritando aterrorizados enquanto são saboreados como uma iguaria fina”.

    O cristianismo, acrescenta o ecologista Lynn White, Jr., “carrega o imenso fardo da culpa” de violar a natureza. O cristianismo trouxe todos os malefícios ao mundo ao dar a luz ao capitalismo e à Revolução Industrial.

    Já que devemos pensar na natureza como sendo Deus, diz William McKibben, autor do best-seller End of Nature, todos os “fenômenos feitos pelo homem” são diabólicos. Devemos manter a terra como “a Natureza concebeu”.

    Para punir a profanação do homem, o ecologista Edward Abbey, em seu influente livro The Monkey-Wrench Gang (A Gangue da Chave-Inglesa), exortou que atos terroristas anti-humanos fossem empreendidos em larga escala. E o grupo de maior crescimento no combate pela libertação da terra da opressão humana, o EarthFirst!, utiliza uma chave-inglesa como símbolo.

    Fundada por David Foreman, antigo lobista-chefe da Wilderness Society, o EarthFirst! é um movimento ecoterrorista que pratica a “ecodefesa” e a “ecotagem” (mistura de ‘ecologia’ com ‘sabotagem’), cujos atos vão desde a colocação estratégica de ferrões em árvores (que mutilam os madeireiros), passando pelo vandalismo dos maquinários utilizados para construir estradas até a destruição de pistas de pouso rurais.

    Um de seus objetivos proclamados é reduzir a população mundial em módicos 90% – e o grupo já chegou a aclamar a AIDS como sendo de valioso auxílio para seus objetivos.

    Em 1990, Foreman ficou preso durante alguns meses após ter tentado explodir torres de transmissão de alta tensão (utilizando, tenho certeza, explosivos ambientalmente saudáveis). Porém, seu exemplo é poderoso, mesmo entre os supostos não-radicais.

    Um dos principais ambientalistas da década de 1990, David Brower – fundador de várias organizações ambientais, como o Sierra Club e o Friends of the Earth (ambas ativas até hoje) – defendia que ruralistas fossem baleados com armas de tranquilizante. “O sofrimento humano é muito menos importante do que o sofrimento do planeta”.

    Embora a dizimação da humanidade seja um processo longo e demorado, qualquer ato nessa direção ajuda – e muito. É possível fazer algo benéfico para a terra como seu último ato de vida. Como observou o Washington Times, uma edição do jornal do EarthFirst! conclamava todos os doentes terminais a fazerem algo de bom para o planeta. “Você está terminalmente doente? Alguma doença debilitante?”, perguntava o jornal. “Então não morra se lamuriando; morra detonando! Pratique uma missão eco-kamikaze”.

    As possibilidades para os doentes terminais são ilimitadas. Represas estão implorando para ser esfrangalhadas, assim como também as indústrias poluidoras, as matrizes das grandes corporações petrolíferas, as lojas e armazéns de casacos de pele, as fábricas de papel…

    Para aqueles com impulsos suicidas, essa pode ser a solução para seus sonhos… Não pule de uma ponte, exploda uma ponte. Quem disse que dessa vida nada se leva?

    A natureza sem ilusões

    Ron James, um líder verde inglês, disse que o nível adequado de desenvolvimento econômico é aquele que ocorreu “entre a queda do Império Romano e a ascensão de Carlos Magno”.

    “A única maneira de vivermos em harmonia com a Natureza é vivendo em um nível de subsistência”, como fazem os animais.

    Durante a maior parte da história, a atitude normal dos humanos em relação à natureza foi bem expressa pelos peregrinos, que temiam a “horrenda, desoladora e imensa vastidão da natureza, repleta de bestas e homens selvagens”. Apenas uma sociedade livre, que conseguiu domar a natureza ao longo de várias gerações, nos permite ter uma visão diferente da dos peregrinos.

    “Para nós que vivemos sob um céu temperado e na era de Henry Ford”, escreveu Aldous Huxley, “a adoração da Natureza vem de maneira absolutamente natural”. Porém, a natureza é “um inimigo contra quem sempre se está em guerra, um inimigo invencível, indomado, indomável, inconquistável e incessantemente ativo” – “há que se respeitá-lo, talvez; deve-se ter um temor salutar em relação a ele; e deve-se sempre dar continuidade à luta interminável”.

    Acrescentou Albert J. Nock: “Vejo a natureza apenas como um inimigo: um inimigo altamente respeitável, mas um inimigo”.

    Poucos de nós poderíamos sobreviver na vasta imensidão selvagem e desconhecida de uma floresta por muito tempo. A natureza não é amigável ao homem. Nunca foi. Por isso ela deve ser domada.

    No início da década de 1990, visitei uma área de exploração e corte de madeira na região norte de Califórnia. Não encontrei ambientalistas por lá. Como comprovam os estudos do próprio Sierra Club, ambientalistas são tipos de classe alta, gente chique que mora em regiões como Manhattan e Malibu, rodeadas de todos os confortos que apenas o capitalismo pode dar. Ambientalistas não moram no meio de árvores e madeiras. Quem mora, não tem nenhuma ilusão quanto à bondade da deusa Gaia.

    Madeireiros bem sabem que a própria existência da humanidade depende da subjugação da natureza, a qual deve ser constantemente domesticada e adaptada aos nossos conformes. Se algum dia pararmos de fazer isso, as selvas irão reivindicar e retomar nossas cidades.

    Esses madeireiros, que formavam um conjunto de 30.000 famílias trabalhadoras, foram dizimados pelas regulamentações governamentais implantadas naquela época, regulamentações essas que proibiam a exploração e o corte de madeiras em milhões de acres apenas para que 1.500 corujas-pintadas não fossem perturbadas, para que elas pudessem continuar vivendo o mesmo estilo de vida com o qual haviam se acostumado.

    E se você acha que acabar com a vida de 30.000 famílias em troca da tranquilidade de 1.500 corujas (uma razão de 20 famílias humanas por coruja) é algo um tanto excessivo, isso apenas mostra o quão inculto e não ambientalmente esclarecido você é.

    (Nota: se as corujas-pintadas de fato estivessem “em perigo” e os ambientalistas realmente quisessem salvá-las, então eles poderiam simplesmente comprar algumas terras para criar seus próprios santuários. Porém, utilizar dinheiro próprio é algo que, de alguma forma, nunca teve apelo entre essa gente.)

    11 COMENTÁRIOS

    1. Um pequeno adendo: Esse ‘conversê’ todo sobre elites, burguesia, etc, é tudo argumento academicamente elaborado por essa maldirta esquerda iniciada do lado de cá por Karl marx que era apenas um gigolô boêmio que vivia ás custas de seu sogro e dos caraminguás que conseguia sua mulher enquanto eles se reunia na boemia com amigos para atazanar a vida de quem tinha patrimônio e produzia. Obviamente que o estilo da ida era outro e as relações humanas tambem. mas tudo evouluiu e evoluiria de modo são sem esse demônio e seus seguidores.
      entretanto, devemos nós os cristãos, e nossos irmãos judeus, fazermos u mea culpa sobre como e por quê deixamos tudo chegar onde chegou!
      Quanto ao papo desses esquerdistas sem vergonha, lembro à todos que D.Pedro ao ouvir falarem que no Nordeste estava morrendo tudo por falta d’água, imediatamente mandou que construissem o açude de Orós no ceará, o quel foi feito com tecnologoa da época e NUCA, anotem, NUNCA sangrou. Abasteceu muito bem a região, até ficar pequeno demais para o tamanho da atula população e os da ‘izxquerda’ NADA fizeram e hoje tentam ‘transpor’ o Rio São francisco o que é o mesmo que dividi-lo em 2 e o pobre Velho Chico já não dá conta nem de ser navegável no seu leito e curso normais criados por Deus.
      Ali o certo seria tirarem agua do mar e dessalinizarem fazndo canais na região seca, com fez Israel e fez a Libia.
      Isto ilustra a razão pela qual a tal ‘izxquerda’ tanto fala mal de : Burguês, Aristocracia,Elites. Mas eles querem ser a elite,mesmo sem educação e sem alma para tanto.
      O nosso problema reside em que as combatidas elites,burguesias,aristocracias se intimidaram e começaramm a se parecer com eles, os demônios!

    2. Coma devida vênia, apenas copiei e colei o 1º comentário.é tão lúcido e tão igual ao que penso e faço que tomo a liberdade de agradecendo ao irmão Roberto Henry Ebelt, o transcrevo como minha próprias palavras,para não deixar de marcar presença neste forum porque é minha opinião e tenho exxemplos docuemntados!
      O Comentário transcrito e que faço meu,coma devida vênia:

      “Como venho pregando (no deserto?) há mais de 10 anos, o COMUNISMO, o SOCIALISMO, o MARXISMO, o LENINISMO, o TROTSKISMO, o ANARQUISMO só tem uma meta: nivelar a humanidade por baixo. Meu brado é o seguinte:

      “Erguei-vos, camaradas, não tendes nada a perder além do que essa cambada […], tenta nos tirar a cada dia que passa”.

      Não esqueçam: O VERDE REALMENTE É A NOVA COR DO COMUNISMO.

      Agora dêem uma olhadinha cuidadosa no texto de hoje e lembrem que o presidente é comuna, o Magnífico Governador gaúcho é um tremendo comuna, Sua Majestade Luiz Inácio I, que atingiu níveis de popularidade semelhantes aos de ADOLF HITLER, e perguntemo-nos: Nós merecemos essa canalha nos governando?
      É claro que não, mas, infelizmente, existem muitíssimos gaúchos ignorantes, meus Deus.

      Abraços de direita para todos, e meus agradecimentos ao Mello que me passou o texto abaixo.
      Roberto”

      Saudações verdadeiramente humanitárias e cristãs aos de bom senso.

    3. Como venho pregando (no deserto?) há mais de 10 anos, o COMUNISMO, o SOCIALISMO, o MARXISMO, o LENINISMO, o TROTSKISMO, o ANARQUISMO só tem uma meta: nivelar a humanidade por baixo. Meu brado é o seguinte:

      “Erguei-vos, camaradas, não tendes nada a perder além do que essa cambada de filhos uma inocente senhora, tenta nos tirar a cada dia que passa”.

      Não esqueçam: O VERDE REALMENTE É A NOVA COR DO COMUNISMO.

      Agora dêem uma olhadinha cuidadosa no texto de hoje e lembrem que o presidente é comuna, o Magnífico Governador gaúcho é um tremendo comuna, Sua Majestade Luiz Inácio I, que atingiu níveis de popularidade semelhantes aos de ADOLF HITLER, e perguntemo-nos: Nós merecemos essa canalha nos governando?
      É claro que não, mas, infelizmente, existem muitíssimos gaúchos ignorantes, meus Deus.

      Abraços de direita para todos, e meus agradecimentos ao Mello que me passou o texto abaixo.
      Roberto

    4. Em 1992 a Editora Vida lançou meu livro Ecologia à Luz da Bíblia e, na ocasião escrevi um capítulo em que abordava exatamente este tema: Os ecologistas radicais preferem que uma ave viva, mas que o homem morra. Usei o exemplo bíblico de Jonas e a aboboreira, que preferia que toda a população de Nínive morresse, mas que a aboboreira continuasse viva! Muito bom o artigo e bem explicado.

    5. Nossa, como é possível ainda hoje haverem pessoas tão bitoladas assim?! Que Deus ilumine a alma de vocês e que tenham opinião própria e não aceitem quaisquer besteiras que lhes sejam ditas, como parece ser o caso dos comentários a esse texto horroroso aqui descrito!

    6. Fico surpreso com essas revelações. Eu enfrento ambientalistas mas não sabia que o fundo de suas manifestações é esse descrito aqui. Vejo um futuro assombroso, se não fizermos nada.

    7. Uma coisa que há havia notado nos ambientalistas é que não fazem nenhuma referência ao Deus criador, mas sim a uma deusa. Os ambientalistas de raiz não são cristãos.

    8. Assim se explica porque os ambientalistas defendem com tanta gana a floresta amazônica: eles querem que nossos netos morem lá, como bichos, em plena selva!

    9. Não sou contra as elites, muito pelo contrário, quando elas são o que deveriam ser: a destilação dos valores de uma nação, como disse Plinio Corrêa de Oliveira, são uma benção para esse povo. Mas, quando são corrompidas não há males que dela não emane.

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