Igualitarismo Radical: Como o transgenderismo entrou nas Forças Armadas dos EUA

    1

    autor: Norman Fulkerson

    (Transcrito do blog norte-americano Return to Order)

    0,,15401955_4,00
    Obama assina abolição da regra do “não pergunte, não fale”

    Os Transgêneros já podem servir abertamente nas Forças Armadas norte-americanas. Seria fácil ver esta questão desvinculada de outras. No entanto, ao olharmos mais atentamente, vemos que se trata apenas do passo mais recente num processo que transformou as Forças Armadas. As FFAA (Forças Armadas), que são e devem ser uma organização hierárquica rígida, estão sendo transformadas para refletir as últimas tendências da sociedade, buscando abolir toda e qualquer desigualdade legítima.

    A permissão a que pessoas confusas sobre o seu próprio sexo sejam admitidas para servir ao lado de homens de honra, decorre de um igualitarismo ideológico que pode ser rastreado retrospectivamente a partir da Guerra Civil norte-americana.

    O mundo civil progressista entra em confronto com FFAA conservadora

    Em seu livro This Kind of War (“Este tipo de guerra”), T. R. Ferenbeck esclarece como isso se deu. Após a Guerra Civil, explica, a sociedade tornou-se mais progressista, o que levou o Exército conservador a tomar uma distância cada vez maior. Embora isso denotasse a presença de um certo grau de conflito, ninguém se preocupou porque a Constituição confere ao Congresso autoridade absoluta sobre os militares.

    “O perigo de dominação militar da nação não existia e continua a não existir”, diz Ferenbeck. “O perigo sempre veio do outro lado, ou seja, no fundo, a sociedade progressista deseja não só dominar os militares, mas obter sua aquiescência à visão progressista da vida”.

    A relação entre as esferas civil e militar mudou em 1945. Com a vitória dos Aliados sobre o nazismo, os militares de repente tornaram-se populares. Era inevitável que isso afetasse as fileiras dos oficiais.

    “Humanamente falando, os generais gostaram do aplauso,” explica Ferenbeck. “E, como costuma acontecer após nossas guerras, deu-se um grande clamor na sociedade civil para mudar no exército as coisas de que os civis não gostavam, e os generais, humanamente, não conseguiram dizer não….E sendo os americanos igualitários por natureza, o Exército devia também seguir este caminho”.

    Este fato lançou as bases para o Conselho de Doolittle, de 1945.

    O Conselho de Doolittle

    Assim chamado graças ao General Jimmy Doolittle, veterano da Segunda Guerra Mundial condecorado com a Medalha de Honra, tal conselho, de acordo com o tenente-coronel Robert Heinl [1] foi um “exemplo militar de efetivo igualitarismo….Muito embora bem intencionado, ele liderou a iniciativa grosseiramente errônea de colocar oficiais inteiramente e de modo indestinguível em pé de igualdade com os homens que deviam comandar. Os russos, que já haviam de há muito percebido a loucura de aplicar igualitarismo em uma organização militar, riram do Conselho de Doolittle (e, sem dúvida, fizeram tudo em seu poder para estimulá-lo).”

    Assim, quando o Conselho de Doolittle se reuniu em 1945, diz o Sr. Ferenback: “Eles ouviram menos de meia centena de queixas e fizeram recomendações. O assim chamado ‘sistema de castas’ do Exército foi modificado.”

    Em suma, foi dito aos oficiais que se tornassem apenas “um dos caras”. Em particular, isso significava que oficiais subalternos, que foram “despojados de grande parte de seu poder disciplinar”, “já não podiam infligir qualquer punição verdadeira.”[2]

    Em julho de 1948, o presidente Truman assinou a Ordem Executiva 9981. Ela pedia “igualdade de tratamento e de oportunidades para as pessoas nas Forças Armadas sem distinção de raça, cor, religião ou origem nacional”. [3] Embora esta ordem se destinasse a combater a segregação, ela estabeleceu um “comitê consultivo … para examinar as regras, procedimentos e práticas das Forças Armadas a fim de determinar em que medida tais regras, procedimentos e práticas pudessem ser alterados ou melhorados”.

    As consequências de tais medidas durante a Guerra da Coreia foram catastróficas, porque os oficiais foram simplesmente incapazes de treinar soldados e fuzileiros navais de forma adequada às realidades do combate.

    Homosexuais nas FFAA

    Em novembro de 1972, o Regulamento do Exército no. 635-200 [6], definia as razões pelas quais um soldado seria expulso do Exército. Ao passo que “atos homossexuais” eram motivo de expulsão, a “orientação sexual não é impedimento para continuar a servir”. (ênfase nosso)

    Apenas três anos mais tarde, a aceitação desta orientação levou as Forças Armadas a darem dispensa honrosa ao Sargento Leonard Matlovich, um homossexual assumido. Ele tornou-se notícia na capa de Time magazine [7], garoto propaganda da plena aceitação de homossexuais no serviço militar, e finalmente abriu caminho para que, em maio de 1980, o sargento Miriam Ben-Shalom declarasse abertamente ser lésbica. Sua dispensa foi anulada por um tribunal distrital federal, que declarou que tal ação violava seus direitos garantidos pela Primeira Emenda constitucional.

    Ao ser eleito em 1992, o presidente Clinton prometeu revogar a lei que proibia homossexuais de servirem nas Forças Armadas. A opinião pública de tal maneira se opôs a este movimento, que Clinton foi incapaz de mudar a lei e resignou-se a um acordo. Adotou uma política que se tornou conhecida como “Do not Ask, Do not Tell” (DADT), ou seja, não pergunte (se a pessoa é homosexual) e não responda. Esta orientação, no entanto, não mudou a lei mas simplesmente proibiu militares de fazer perguntas incômodas quanto à sexualidade.

    O passo igualitário que o Presidente Clinton foi incapaz de implementar foi dado pelo presidente Barack Obama com a revogação da lei DADT em 2010. Os que louvavam a admissão de homossexuais assumidos nas Forças Armadas, faziam-no sob a bandeira LGBT, e a letra “T” da sigla já anunciava qual seria o próximo passo. Era obviamente o “camelo que metia seu nariz na tenda”.

    Não é de estranhar que, em 30 de Junho de 2016, ao anunciar esta última etapa, o secretário da Defesa Ash Carter faria uma distorção ideológica da Seção 1 da Décima Quarta Emenda da Constituição dos EUA da seguinte maneira: “Faz parte da nossa Constituição o princípio de que todos os americanos são livres e iguais. E nós enquanto exército devemos prestar juramento de proteger e defender este princípio. E juramos fazê-lo de tal maneira a morrer por este princípio. Assim, se nós em uniforme estamos dispostos a morrer por esse princípio, então devemos dispostos a viver de acordo o mesmo”. [8] A partir de agora os transgenders receberão o mesmo tratamento vip e proteção legal que os seus mentores ideológicos.

    Mulheres “Guerreiras”

    Seríamos negligentes nesta análise se não mencionássemos a recente inclusão de mulheres em todas as posições de combate. women into all combat positions.  Quando isso foi proposto pela primeira vez em 1992, o legendário Coronel John Ripley, dos Marines, testemunhou contra tal proposta diante de uma Comissão Presidencial. Ele bem mereceu o título dado à sua biografia, An American Knight, um cavaleiro americano, pôsto que personificava tudo que há de melhor nas Forças Armadas, e mais especialmente a virtude da honra. Foi este alto princípio que o levou a abominar a idéia de enviarmos “nossas filhas, irmãs e mães a enfrentarem a fedorenta imundície do combate terrestre.”

    A honra se encontra inteiramente ausente na subversão igualitária dos nossos militares, mas é central a tudo que diz respeito à profissão das armas. O Coronel Ripley recordou esta bela virtude quando depôs contra a autorização a que homossexuais assumidos servissem nas Forças Armadas: “Ao fazer tal mudança”, disse, “… vocês atacam nossa integridade pessoal, vocês atacam nossa honra, e nenhuma organização militar pode existir sem honra e integridade pessoal.”

    À medida em que a revolução igualitária continua a avançar, não podemos deixar de lembrar as palavras finais de Madame Marie-Jeanne Roland. Ela era da corrente girondina que apoiava a Revolução Francesa e sua trilogia, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, mas tanto ela quanto seu rico marido foram mais tarde considerados insuficientemente revolucionários e condenados à guilhotina. A caminho do cadafalso, ela viu uma estátua da deusa liberdade e exclamou: “Ó Liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome! “

    Profundamente chocados com as devastações que o igualitarismo produz em nossas Forças Armadas, poderíamos dizer, “Ó Igualdade! Quantas infâmias se cometem em teu nome!”

    ________________________________

    (*) Tradução de José Aloisio Aranha Schelini

    [1] https://blog.usni.org/2009/10/29/from-our-archive-special-trust-and-confidence-by-lt-col-robert-d-heinl-jr-usmc

    [2] T.R. Ferenbach, This Kind of War: The Classic Korean War History, (Washington, D.C.; Brassey’s, 1963)

    [3] https://www.trumanlibrary.org/anniversaries/desegblurb.htm

    [4] Secretário da Defesa sob os Presidents Kennedy e Johnson

    [5] http://www.nytimes.com/2006/02/17/opinion/dont-dumb-down-the-army.html

    [6] http://www.2id.korea.army.mil/soldiers/pdf/lgl-svc/Enlisted-Administrative-Separations.pdf

    [7] http://time.com/4019076/40-years-leonard-matlovich/

    [8] Declarações sobre o fim da proibição de transgêneros de servirem nas FAAA dos EUA feitas pelo Secretário da Defesa, Ash Carter, Pentagon Briefing Room, June 30, 2016, http://www.defense.gov/News/Speeches/Speech-View/Article/821833/remarks-on-ending-the-ban-on-transgender-service-in-the-us-military, accessed July 5, 2016.

    1 COMENTÁRIO

    1. Pela primeira vez me sinto dividida com essa história. Até porque, já foi usado a mesma justificativa de senhores de lojas maçonicas, de que é desnecessário a presença de mulheres e tampouco de homossexuais. A justificativa era semelhante, onde os homens (apenas os homens) se reuniam para deliberar sobre a sociedade, sobre a família, sobre vários assuntos. Um tipo de ‘reunião dos apóstolos’ de Cristo e que não era qualquer um que entraria no clube do bolinha. Mas a Igreja catolica não é a favor da maçonaria. Seria demasiadamente interessante que as mulheres iniciem um grupo secreto feminino (é claro que isso soaria estranho, não só pela exclusão dos homens, como também pela falta de interesse e desunião das mulheres que não tem, infelizmente, objetividades como os homens). São poucas que possuem essa capacidade. E ainda sim, as poucas que possuem não se reúnem. Digo isso porque muitas estão presas na individualidade, em questões supérfluas, eu diria até insignificante. (…) Não incluir a presença feminina nas forças armadas – principalmente em campo de batalha – eu acho algo louvável, pois mostra que os homens assumem seu papel de protetor da sociedade e do lar. Contudo, a mulher tem engajado em vários trabalhos que sempre foram considerados masculinos até então. Se compararmos hoje uma mulher professora, advogada, médica, psicóloga, engenheira, política.. não vemos nada demais, não é mesmo? Achamos comum e normal. Mas se voltarmos ao passado, veremos que essas profissões não eram ainda permitidas às mulheres. Então eu penso, até onde vai a proibição do papel feminino em exercer alguma modalidade, exercício ou profissão? Acredito que tudo se esbarra na força física e não inteligência. Embora algumas mulheres já tem demonstrado fortaleza e resistência para desenvolver muitas profissões, mas ainda sim, não queremos que nossas mulheres se masculinizem. Eu não quero. Os homens não querem isso. Sem a importância do papel feminino na sociedade, a sociedade morre. Sem a importância do papel masculino na sociedade, a sociedade morre. Deus sabia o que fazia quando criou homem e mulher em suas diferenças e complementariedade. Por que essas moças querem se colocar no lugar dos homens em uma batalha? Mesmo que elas se sintam capazes e treinadas para seguir, por que elas querem morrer pela sociedade? De fato, eu não tenho resposta, estou nesse impasse. Digo isso porque, em um período de guerra – que não é inevitável na atualidade em que vivemos – é imprescindível a manifestação da mulher à frente da guarda na ausência de seus maridos. É imprescindível a preparação das mulheres para assumir postos de comando na ausência de seus maridos; é imprescindível que uma mulher vá para guerra quando for necessário para o bem de sua nação. Embora as mulheres sejam poupadas por seus homens de se infiltrarem na guerra, seria de maior sabedoria para a sociedade preparar as mulheres para serem o braço direito desses homens que estão na frente do campo de batalha. Quem já ouviu falar na história contada pelos historiadores que relataram o acidente do famoso navio Titanic, vai se lembrar de que várias mulheres desistiram de embarcar nos botes, preferindo ficar junto a seus maridos até a morte. Isso é ser corajosa. É isso que as mulheres precisam ser. Estarem preparadas para o que der e vier na ausência de seus maridos. Enquanto eles lutam lá, elas lutam cá; e ninguém desiste. Se alguém desanima, um deles animará o outro. As mulheres que se salvaram ao naufrágio do Titanic tiveram que voltar para a Inglaterra com seus filhos por não saberem trabalhar, não ter preparo, não ter oportunidade. Perderam o único sustento da casa – seus maridos – se tornando ‘imprestáveis’. Isso não deveria acontecer. Isso é que eu chamo de burrice. Inteligência é preparar essas mulheres. Inteligência é a mulher ter um preparo militar, não precisando dedicar-se exclusivamente como os homens, só quando necessário para o bem da nação.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui