Após seis anos de seca, o açude Boqueirão, única fonte de abastecimento de Campina Grande (PB), registrava apenas 2,9% de sua capacidade.
Foi o nível mais baixo desde a inauguração, em 1957, escreveu a “Folha de S.Paulo”.
“Só tinha água duas vezes por semana. Enchia uns bocados de baldinho, porque não podia comprar a caixa-d’água”, lembra a pensionista Teresinha Peres, 77, citada pelo quotidiano paulistano.
“E cheirava horrível, tinha um mau gosto”, acrescentou Teresinha.
À beira do abismo, em abril de 2017 a água do São Francisco começou a encher o Boqueirão. Não havia plano B, escreve o jornal.
“É quase impossível imaginar o atendimento de Campina Grande com carro-pipa”, diz Ronaldo Meneses, gerente regional da Cagepa (Companhia de Água e Esgotos da Paraíba).
“Teria sido o caos. A transposição chegou no momento do quase colapso”, acrescentou.
Mas, no fim de agosto de 2017, mesmo sem chuvas, o açude Boqueirão saiu do volume morto (8,2%), encerrando 33 meses e 19 dias de racionamento, o mais longo da história campinense, e agora tem 15,8% da capacidade.
E não foi um milagre.
Hoje, Campina Grande a terceira maior cidade do semiárido com 410 mil habitantes e outros 32 municípios da Paraíba e de Pernambuco estão com o abastecimento de água normalizado, beneficiando 1 milhão de pessoas, segundo o Ministério da Integração Nacional.
Além de água todo dia, Peres elogia a pressão forte e o gosto doce. Já o balde maior ganhou outra função. “Agora, está com as bonequinhas da minha neta.”
Na área rural. mesmo com o tamanho reduzido, muitos estão satisfeitos com a água doce do São Francisco, que substituiu os poços salobros.
“Está um paraíso, melhorou 100%”, diz o produtor de pimentão Jair Macedo, 45, de Barra de São Miguel (PB).
Não é figura de linguagem: antes, o agricultor colhia metade das 500 caixas de pimentão que produz a cada 15 dias, usando um sistema de gotejamento. ”A fruta é muito melhor, quase não tem desperdício.”
O superintendente de Regulação da ANA, Rodrigo Flecha, afirma que o Eixo Leste ainda funciona em fase de pré-operacional — ou seja, os agricultores, por ora, não pagam pela água.
O impacto só poderá ser avaliado no longo prazo, com ajustes ao longo do caminho para os diversos usos, diz.
“É preciso entender o Pisf não como um projeto imediatista, mas que vai se estruturando. E, à medida que isso ocorrer, dará segurança hídrica e mudará o panorama socioeconômico do semiárido brasileiro.”
Poucos lembraram que um grande ecologista e apoiador de Lula na primeira campanha à presidência, o bispo da cidade de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, trabalhou empenhadamente para que essa transposição do Rio São Francisco não acontecesse.
Essa inclemência foi informada largamente em seu tempo pela imprensa nacional e internacional. Confira G1.
O bispo até virara um dos símbolos da luta contra o projeto quando se iniciou em setembro de 2005, e fez uma greve de fome às margens do rio, mais propagandística do que qualquer outra coisa.
Contrário à transposição do Rio Francisco, dom Luiz Flávio Cappio, disse pela imprensa que “o projeto é um tsunami violento. O Exército desmatando tudo, passando por cima de vilas e aldeias, de roças e de gado, para garantir o trabalho. E as obras de revitalização são marolinhas, coisas insignificantes”, disse. Cfr. terra.com.
Esse ativismo profundamente danoso para a população foi feito em nome das ideologias vermelho-verde, quer dizer comuno-progressista e ambientalista.
O bispo chegou a escrever em carta ao Governo, que permaneceria “em greve de fome, até a morte, caso não haja uma reversão da decisão do Projeto”. Confira Wikinews.
Obviamente não fez nada disso. Compactuou com o PT, se arranjou com o núncio vaticano Dom Lorenzo Baldisseri, voltou a comer e passa bem.
E foi pago com prestigiosos prêmios. No dia 10 de agosto de 2008, a Pax Christi Internacional, com sede em Bruxelas, lhe concedeu o prêmio da Paz 2008, por sua luta em defesa da vida na região do São Francisco.
Pouco importava que tivesse trabalhado para danificá-la gravemente.
Em 9 de maio de 2009, ganhou o Prêmio de Cidadão do Mundo, da Fundação Kant, na cidade de Freiburg. O prêmio é concedido bianualmente a pessoas que se destacaram na defesa dos direitos humanos.
Pouco valiam os direitos e os sofrimentos dos paraibanos na seca e na sede.
E em 22 de outubro de 2009, Dom Cappio recebeu o Troféu João Canuto, do Movimento dos Direitos Humanos. Cfr. Wikipedia
Tampouco importaram os direitos dos que tinham direito e que eram humanos!
Em entrevista a Scielo, o bispo vermelho-verde que teria jogado um milhão de pessoas na catástrofe se referiu ao ex-frade e teólogo da Libertação Leonardo Boff como “meu querido mestre e amigo” e “identifico-me como seu eterno discípulo”.
O ex-frade Boff foi colaborador na redação da encíclica “Laudato Si’” do Papa Francisco I.
Na entrevista, o bispo manifestou grande agradecimento pelo apoio da CNBB à sua iníqua iniciativa:
“um bem-querer muito grande por parte da Igreja. A CNBB – na figura de Dom Geraldo Majella – foi um pai, um irmão, um amigo que me ligava todos os dias para saber como eu estava.
“Meu queridíssimo Dom Luciano de Almeida estava preocupado e, encontrando-se em Roma naqueles dias, também fez jejum em solidariedade a mim.
“O mesmo sucedeu com tantos outros. Era tanta gente comigo que me sentia confortado”.
Mas os verdadeiros necessitados não estavam sendo confortados em sua miséria e até o bispos verde-vermelhos trabalhavam para deixa-los na desgraça.
É a lógica do anti-humanismo comuno-progressista tingido de verde-vermelho.